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Acidente nas obras da linha 2 do metrô pauta audiência nesta terça (8)

Comissão de Direitos Humanos vai cobrar segurança para moradores e responsabilidade de empresas, após mulher perder a perna em travessia da linha.
A deputada Bella Gonçalves já visitou o canteiro de obras da linha 2 do metrô e questiona condições de segurança - Arquivo ALMG Foto: Luiz Santana ALMG
segunda-feira, 7 julho, 2025

Debater os direitos individuais e coletivos dos moradores atingidos pelas obras da linha 2 do metrô de Belo Horizonte é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Direitos Humanos realiza nesta terça-feira (8/7/25), a partir das 10h30. O debate será no Plenarinho II da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a requerimento da deputada Bella Gonçalves (Psol), que preside o colegiado.

Acompanhe a reunião ao vivo e participe do debate

Segundo o requerimento, a audiência também abordará o acidente que vitimou Natalice Gomes da Silva, de 49 anos, no último dia 20 de junho. Ela foi atropelada por um trem durante a tentativa de atravessar os trilhos quando escorregou em entulhos supostamente deixados pela obra do metrô, na altura do Bairro Nova Cintra, Região Oeste da capital mineira.

A filha de Natalice, Jéssica Gomes da Silva, 33 anos, foi convidada para participar do debate e já confirmou presença. Segundo relatos publicados na Imprensa, Natalice sofreu fratura na coluna, traumatismo craniano e, posteriormente, teve uma das pernas amputadas no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, para onde foi socorrida, em virtude da gravidade dos ferimentos.

Jéssica relatou à Imprensa que a família vive bem próximo ao local onde acontecem as obras da linha 2 do metrô. Nas imediações, parte dos vizinhos já foram indenizados e removidos para viabilizar a ampliação dos trilhos. Contudo, o local das obras não estaria cercado e sequer sinalizado. O trem que atropelou a vítima é da empresa MRS Logística, enquanto a linha usada pela composição é da VLI Logística, do grupo Vale.

“Estão fazendo a demolição das casas e o trem passando no meio da obra. Claro que ia dar problema. Dona Natalice perdeu a sua perna e teve que se arrastar para pedir socorro. A gente vê que aqui hoje não tem nenhuma segurança, nem para os funcionários que estão fazendo o trabalho nem para os moradores. É um descaso e um abandono total”.

Bella Gonçalves, em suas redes sociais
Dep. Bella Gonçalves, em suas redes sociais

Natalice já teve alta, mas a família teve que deixar sua casa porque o local não tem a infraestrutura necessária para sua recuperação. A solução encontrada foi a casa de um vizinho.

Família alega que empresas não prestaram auxílio 

Jéssica e as irmãs reclamam do desamparo em que a família vive após o acidente, já que estão sem trabalhar para cuidar da mãe e contando com a solidariedade dos vizinhos. Procuradas pela família, as empresas envolvidas não teriam ainda prestado nenhuma assistência, segundo Jéssica.

Diante da falta de perspectivas, Jéssica procurou a Comissão de Direitos Humanos para pedir ajuda. No último dia 25/6, Bella Gonçalves foi ao local do acidente para fiscalizar as condições. Ela divulgou um vídeo em suas redes sociais questionando as condições do canteiro de obras, repleto de entulhos e bem próximo das casas.

A presidente da Comissão de Direitos Humanos relata que procurou a direção da MRS, que num primeiro momento teria se prontificado a prestar auxílio à família de Natalice, mas depois teria se arrependido.

Em nota à Imprensa, a MRS lamentou o acidente, mas destacou que o trem da empresa trafegava em ferrovia sob concessão de outra concessionária, se eximindo de responsabilidade sobre o caso.

VLI, ainda por meio de nota, também lamentou o ocorrido e disse que a empresa sempre orienta a população a manter distância segura da chamada faixa de domínio. Segundo reforça, a travessia da linha deve ser feita somente em locais autorizados e devidamente sinalizados.

Por fim, a Metrô BH, em seu posicionamento à Imprensa, alegou que o acidente não estaria relacionado com a operação do trem de passageiros.

Para a reunião desta terça (8) foram convidados representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais, Ministério PúblicoDefensoria Pública, Metrô BH, MRS Logística e VLI Logística.

Também foram chamados representantes de movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e lideranças da comunidade do Bairro Vista Alegre.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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