Certamente, você conhece alguém que precisou reaprender a andar, falar, comer sozinho ou executar tarefas simples do dia-a-dia após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame.
A doença é uma das que mais causa mortes e incapacidades físicas, cognitivas, mentais e emocionais no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, cerca de 70% das pessoas não retornam ao trabalho após o derrame e, outras 50% dependem de terceiros para realizar atividades diárias.
Para se ter ideia, a cada 6,5 segundos, uma pessoa morre vítima da enfermidade no Brasil. Ou seja, anualmente, cerca de 15 milhões de pessoas sofrem um AVC, e dessas, seis milhões não sobrevivem.
No Dia Mundial de Combate ao AVC, lembrado hoje (29), a campanha global intitulada "Tempo Precioso" vem para conscientizar a população sobre como reconhecer os sintomas, e dessa forma, prestar o socorro imediato, salvando vidas, diminuindo as sequelas e aumentando as chances de recuperação dos pacientes.
Sintomas
E a mensagem não é por acaso, a corrida contra o tempo é essencial para se reconhecer os sinais, para se buscar ajuda, para definir o futuro de alguém, para fazer a diferença e salvar vidas! Portanto, fique atento a sinais de alerta, como fraqueza ou formigamento em um lado do corpo, confusão mental, alteração da fala, problemas de visão, desequilíbrio, e dores de cabeça intensas e repentinas. E caso perceba alguns desses sintomas, lembre-se da sigla SAMU (que neste caso, significa Sorrir, Abraço, Música e Urgência).
“Peça ao paciente para sorrir e observe se a boca está torta. Em seguida, peça a pessoa para elevar os braços, como num abraço, e verifique se ela consegue e se um deles está mais baixo do que o outro. Depois peça que ela cante uma música ou diga uma frase simples e veja se há dificuldade na fala. E por último, caso haja esses sinais, ligue imediatamente para o telefone de urgência 192 e acione o SAMU ou o Corpo de Bombeiros; afinal ambos têm profissionais capacitados para prestarem os primeiros socorros a essa vítima.
“Não leve esses pacientes para a UPA! Eles devem ser levados para o Hospital Municipal de Governador Valadares, onde tem a Unidade de AVE, exclusiva para tratar pessoas que sofreram AVC", explicou a neurologista da Unidade de Acidente Vascular Encefálico (AVE) do HMGV, Dra. Paula Ravenna.
Valadares é referência no tratamento do AVC
Valadares conta com uma Unidade de Acidente Vascular Esquêmico (AVE), que funciona 24 horas por dia dentro do Hospital Municipal, e atende cerca de 400 pacientes por ano.
Com 10 leitos e uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, enfermeiros, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogo, assistente social, dentista e nutricionista, o serviço é referência no que se refere à Acidente Vascular Cerebral para a população do município e de toda região.
E esses profissionais oferecem um trabalho de humanização, acolhimento e qualidade, fundamentais para que os pacientes sejam atendidos no menor tempo possível, minimizando sequelas e salvando vidas.
Além disso, os servidores iniciam precocemente a reabilitação dos pacientes, garantindo um tratamento integral e melhorando a recuperação de vários deles.
O que é o AVC?
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando morte da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea.
Há dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro ocorre quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais, que acabam morrendo. A obstrução pode ser devido a uma trombose ou uma embolia. Esse é o tipo mais comum, representando 80% dos casos. Já o AVC hemorrágico ocorre quando há rompimento de um vaso cerebral, provocando hemorragia, que pode ser dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge.
O hemorrágico pode causar a morte com mais frequência que o isquêmico. No entanto, é válido ressaltar que as limitações causadas pela doença dependem da parte cerebral afetada e do tamanho da lesão.
Fatores de risco
Hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, sobrepeso, arritmia cardíaca, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool, idade avançada, sedentarismo, uso de drogas e histórico familiar são alguns dos fatores que aumentam as chances de uma pessoa sofrer um AVC.
Prevenção
Cerca de 90% dos AVC podem ser evitados, mantendo-se um estilo de vida saudável, ou seja, não fumar, evitar o álcool e drogas, optar por uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos regularmente e controlar a pressão arterial, colesterol e a glicemia.
Jornalista: Michelle Janaina
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social





