por José Altino Machado
Esta semana fiquei em casa, fiquei sim. Bem por conta da falta do que fazer, nem escrever quis. Mas, preocupação maior foi apenas buscar na cabeça quanto custa á Nação brasileira o carnaval. Não o custo em fazê-lo e gozá-lo, mas sim em horas paradas, deste gigante que só em seu hino, esta deitado.
Nos antigamente, sem frescuras de mágicos ministros e sábios financeiros, diziam que a emissão do vale ao portador, dinheiro, era calculada por hora trabalhada/homem/produção. Depois que inventaram que política e políticos conduziriam economia, avacalhou tudo, sem nenhum respeito à integridade da moeda.
Tanta gente atoa e por conta de gerenciamentos, que a produtividade não pode acompanhar. Pior que não teve mais jeito, nomeando seguidamente políticos economistas para infelizmente, gerirem os gastos e menos semeando uteis fecundidades ao país.
Bom aí o carnaval ficou completo. Mas, lamentavelmente os gestores não são reis Momos. Uma verdadeira esbornia sem diversão e até sofrida.
Quanto a verdadeira folia, o que assisti em televisão, realmente foram verdadeiras fantasias e o que se pode ver em ruas de capitais, junto a elas, foram tragédias de nossa sociedade. Os maiores blocos presentes, sempre aqueles que nelas mesmo moram e fazendo acontecer, outros tantos jovens que nelas se entregavam, não só as modinhas bem próprias de tais eventos, mas a diferentes fumos e pós. Um carnaval mesmo, a bailarem pulando sobre necessidades fisiológicas ali mesmo feitas e ali mesmo deixadas.
Tínhamos em nosso país uma linda festa de todos, cuja alegria maior era se desfrutar ritmos contagiantes dos famosos corsos, com sorrisos abertos, bailes de mascarados e uma deliciosa lança perfume; supostamente para lançá-la nos outros, mas como o cheiro era bom, com leve barato sem risco de vício, todo mundo dava uma cheiradinha, até aparecer um cidadão “d’oclos,” com vassoura na mão a proibindo.
Com ela, acabou-se o bom folguedo geral e oficializou-se indefectíveis escolas de samba concentradas em avenidas, sobrando ao povão arquibancadas, para com as bundas observarem mulheres peladas, ouvindo barulhos de musicalidades não mais tão ricas.
Porém, de alguma forma o carnaval se tornou contagiante a todo o país, exceção feita àqueles que trabalham, tal qual abestados, puxando as alegorias construídas por ideologias outras, bem pouco interessados nele e sua gente.
La pelo Rio de Janeiro, apareceu estranho carro com cara de dragão, que a todo instante a rede grandona, dizia homenagear na Amazonia os naturais ianomami. Sabe-se, que sempre bem promovidos, são o que temos de melhor para captação de dinheiro.
Valores livres de impostos, fiscalizações e quaisquer controles, mais vantagens dão, que quaisquer bolsas de valores. E aqueles que deles deveriam cuidar, prosseguem atras das luzes e holofotes que os fazem brilhar.
Perante Deus, o problema é, enquanto travestidos em santos, falsas lideranças e beneméritos de causas, estes supostamente protegidos índios, vão morrendo. Curiosamente é que tanto impregnaram desatentos ouvidos, que sequer atentar ou buscar as verdadeiras causas de seus sofrimentos, isso ninguém vai.
Procurá-las, aculturarem-se sobre o que realmente acontece, também ninguém... dizer que doenças, males e a fome sentida provém de garimpeiros que lá não deveriam estar, será sempre mais fácil, dará sempre dinheiro, desfiles em avenidas e horários nobres na televisão.
O carnaval implantado neste país, de verde amarelo e posteriormente de estrela vermelha, não tem permitido que ele receba o que deveria de seus dirigentes e já atingindo níveis alarmantes. Tais cores, dividiram a sociedade nacional, para cada grupo o desejo da razão e o melhor; a Nação, seu estandarte e todos dentro dela que se fo..m.
País à deriva, população gigante em ruas, um carnaval de ano inteiro, gestores, tvs, jornais, não querem nem saber. Enquanto nosso Presidente vai ali fora a voar, buscando reconstruir imagem, que em dias hoje não se sustenta mais no mundo atual, possivelmente até aqui no Brasil, pregadores e defensores de verdades inúteis e imprestáveis, com maciça propaganda tem induzido em cabresto a máquina de governo a repressões agressivas na Amazonia.
Talvez, cegos ou bem incompetentes à absurda miséria instaladas em nossas ruas e praças, com gente que em maioria, carente de mínima oportunidade, e não sabendo o que com elas fazer, saem a correr atrás de, ganhando, “salvar” paus e árvores. E que puta carnaval, eles, naquele paraíso têm feito.
Também sem saberem como, o porquê, que nunca perguntam, partem para cima do cidadão interiorizado o trazendo em fuga, às ruas das tão pequenas cidades do mundão verde, promovendo uma carnavalesca e também muito cara ao país, festa macabra.
Um mundo em que vivi e bem conheci...
Aos não nossos, mas deles, ianomami próprios, que se os acolham e os viabilizem a terrenos mais férteis, que lhes plantem bananeiras, limoeiros, maracujás, principalmente laranjais e tantas outras. Que lhes levem animais domésticos a consumo e que lhes ensinem a cria-los.
Quanto a cultura existente, extremamente aguerrida entre suas diferentes comunidades, pouco sadias e sociáveis, que saibamos que nossas boas convivências, os úteis costumes, avanços científicos, aí incluindo medicina e educação sanitária, por Deus, não é e nunca deve ser monopólio daqueles que já os conhecem; principalmente a prática de uma vida saudável.
Quanto aos povos amazônidas, algo diferentes de amazônicos, fazendeiros, colonos, extrativistas e mesmo os tais garimpeiros, firmes colunas da economia popular naquela região, que os premiem pelo que são, lhes legando direitos, bancos de escolas, administrações ordeiras e principalmente respeito. Estou certo em poderem garantir reciprocidade.
A eles todos coube a conquista a ocupação e descobertas, cabendo em Constituição ao governo, o reconhecimento e o trabalho de legalização de todos eles. Trabalham muito e fazem sua parte, as poucas tarefas e inercias costumeiras são dons de administradores, estando distantes até em imaginação, do maior despejo humano em atividades de sustento, que já grassou por este país.
A bem de um utópico ou suposto bem ambiental, agem destruindo todo um universo social, já centenário.
Egito, Etiópia, também campeões de pobreza, a jato, são logo ali, quem sabe nosso presidente, sem política, não sendo apenas por fuga de responsabilidades, poderá aprender o que é uma verdadeira “fila de ossos” ...
BH/GV/Macapá, 18/02/2024
José Altino Machado