por Sérgio Fonseca
O jeito de ser infantil: é o indivíduo que se encontra à mercê dos prêmios e castigos. Pauta a sua conduta tendo como referência uma autoridade externa, à qual se submete, ou para não ser punido, ou para ser reconhecido. É infantil porque o indivíduo delega autoridade a um outro e condiciona a sua atuação à interpretação pessoal do que é necessário para que o outro lhe dê atenção. Assim, é bom o que traz reconhecimento perante o outro; é mau aquilo que lhe traz a frustração temida.
O jeito de ser adolescente: é decorrente da revolta do indivíduo contra a dependência infantil. A percepção de que “o que é” não é necessariamente o que “deve ser”, leva o indivíduo a lutar contra toda autoridade. Nesse momento, “quer provar para todo mundo que não precisa provar nada para ninguém” – como nos diz um verso de uma música da banda Legião Urbana. Embora busque a independência, trata-se, ainda, de uma de um jeito de ser dependente, pois o indivíduo faz questão de mostrar para o outro que não depende dele, porém é incapaz de romper a dependência com a autoridade externa.
O jeito de ser adulto: permite à pessoa julgar cada valor, por meio do discernimento, e criar um sistema próprio de valores, uma auto-regulação. A sua consciência se amplia aponto de ser capaz de ver o outro como outro, isto é, de reconhecer que o outro é livre e pode não querer satisfazer as expectativas que eu tenha dele. Assim, ele busca compreender o sentido dos costumes do seu grupo e questiona co a razão as normas tradicionais, não por simples revolta contra a moralidade imposta, mas pela capacidade de pensar por si mesmo, em termos gerais e críticos. Ao raciocinar sobre a razão de ser da escolha de suas condutas, a pessoa autônoma considera, inclusive, o bem comum, pois sabe da importância do bem estar do próximo para a sua própria felicidade.
Sérgio Fonseca
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