Com informações do site oficial QConcursos Folha Dirigida
A direção dos Correios anunciou na quarta-feira, 15, a primeira fase do plano de reestruturação operacional e financeira da empresa. Entre as medidas anunciadas está o corte de despesas operacionais e administrativas, por exemplo, com um novo Programa de Demissões Voluntárias (PDV).
Segundo a empresa, será feito um diagnóstico da força de trabalho, com um mapa claro de setores da empresa ou de territórios que estão com ociosidade. Somente empregados nessas situações poderão aderir ao novo PDV, diminuindo a pressão da folha de pessoal.
É comum que órgãos e empresas públicas façam contratações de aprovados em concursos após a realização de PDV.
A reportagem do Qconcursos Folha Dirigida entrou em contato com os Correios, que afirmaram que a chamada de aprovados será iniciada conforme a necessidade da empresa e a ordem de classificação.
Por enquanto, a empresa não informou qualquer prazo para as convocações de aprovados nos concursos Correios.
“A convocação dos candidatos aprovados nos processos seletivos - para os cargos das áreas de saúde e segurança do trabalho, e operação - será iniciada de acordo com a necessidade da empresa e a ordem de classificação. O novo programa de demissões voluntárias (PDV) ainda está sendo estruturado. Será realizado um diagnóstico da força de trabalho, com um mapa claro de setores da empresa ou de territórios que estão com ociosidade. Empregados nessas situações poderão aderir ao novo PDV, diminuindo a pressão da folha de pessoal”, disse, em nota.
Para conter a crise financeira, os Correios também preveem a venda de imóveis ociosos, renegociação de contratos, diversificação de receitas e recuperação da liquidez da empresa.
Essas medidas serão aprofundadas com as fases posteriores do Plano de Reestruturação, que dependem de a empresa retomar sua plena capacidade operacional e sua saúde financeira para começarem a surtir efeito.
Correios enfrentam déficit bilionário e têm novo presidente
A empresa enfrenta um déficit bilionário — somente no primeiro semestre de 2025, o prejuízo chegou a R$4,37 bilhões, segundo balanço divulgado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu a gravidade do problema e apontou que parte da crise está ligada ao modelo do setor.
Ele destacou que os Correios permanecem com a obrigação de manter serviços postais em localidades remotas, enquanto os concorrentes privados exploram apenas os segmentos mais rentáveis.
“Enquanto todos os concorrentes ficam com o filé mignon, os Correios arcam com o osso, sem recursos para subsidiar”, disse Haddad em entrevista, ao justificar os sucessivos prejuízos.
A gestão da empresa também passou por instabilidade em sua gestão. Fabiano Silva dos Santos entregou uma carta de renúncia da presidência em julho.
Somente em setembro, Emmanoel Schmidt Rondon assumiu como presidente dos Correios.
Funcionário de carreira do Banco do Brasil, a escolha dele para os Correios foi vista como uma oportunidade para acelerar as convocações.
Concurso Correios: crise afeta chamada de aprovados
Diante da grave crise financeira, os Correios ainda não convocaram os aprovados do último concurso, realizado em 2024.
Atualmente, dois concursos aguardam chamadas:
- concurso da área Operacional: ofertou 3.511 vagas, sendo 3.099 para carteiro (nível médio) e 412 para cargos de nível superior; e
- concurso SESMT: trouxe 33 vagas imediatas, além de cadastro de reserva, para cargos de níveis médio/técnico e superior.
Ambos já foram homologados e seguem dentro do prazo de validade. No entanto, os aprovados continuam sem previsão de ingresso, o que gera frustração entre candidatos e cobranças de sindicatos.
Enquanto isso, a possibilidade de um novo concurso Correios continua em aberto.
Um superintendente da estatal chegou a cogitar um edital específico para atendente comercial, mas a crise e a ausência de convocações das seleções anteriores adiaram qualquer avanço.
O cargo de atendente comercial é considerado estratégico e sua ausência no último concurso foi alvo de críticas de sindicatos e candidatos.
