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segunda-feira, 1 setembro, 2025

Deputados manifestam preocupação com fechamento de leitos da UTI do João Paulo II

Lugar está em reforma e crianças foram transferidos para João XXIII, mas parlamentares temem demora na retomada das unidades do hospital infantil.
Comissão de Direitos Humanos está debatendo assunto na tarde desta segunda-feira (1º/9). Foto: Daniel Protzner ALMG

Parlamentares temem que a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Infantil João Paulo II, na Capital mineira, feche leitos pediátricos no Estado e precarize a rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).

Eles estão participando de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na tarde desta segunda-feira (1º/9/25).

A reunião é um desdobramento de visita técnica da Comissão de Administração Pública, que ocorreu na última sexta (29) para apurar como foi a transferência de 16 leitos pediátricos da UTI do João Paulo II para o Hospital João XXIII em função das obras e, ainda, verificar o andamento das intervenções.

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Para a presidenta da comissão, deputada Bella Gonçalves (Psol), a situação é grave, sobretudo, por se tratar de crianças.

“Imagina a angústia dos pais com o adoecimento de um filho. Imagina como isso é potencializado quando a criança é deslocada para outro hospital por causa de uma obra. Quando ações repentinas acontecem isso pode sinalizar outra coisa.”

Bella Gonçalves
Dep. Bella Gonçalves

Conforme acrescentou, em Minas prospera a ideia da privatização e do desmonte da saúde pública. Concordou com ela a deputada Beatriz Cerqueira (PT).

“Já vimos isso antes. Tudo começa com uma obra. De repente, já não é isso mais. É uma outra iniciativa que pode precarizar a saúde”, afirmou.

Ela garantiu que vai atuar no processo de acompanhamento e fiscalização das obras, prevista para acabar em 22 de outubro.

Situação do João Paulo II vai repetir a do Hospital Maria Amélia Lins?

O deputado Lucas Lasmar (Rede), autor do requerimento para a audiência junto com os outros dois parlamentares, se posicionou a favor de melhorias no João Paulo II.

Apesar disso, demonstrou preocupação com a possibilidade de a situação ir ao encontro do que ocorreu no Hospital Maria Amélia Lins, onde cerca de 60 leitos foram desativados para a realização de obras e, oito meses depois, ainda não foram retomados.

Ainda de acordo com ele, em visita realizada ao local na última sexta (29), deputados presentes apuraram que houve redução de seis leitos pediátricos de UTI ao todo.

Lucas Lasmar salientou que o João Paulo II é o maior hospital público infantil do Estado, sendo referência em tratamento de doenças infectocontagiosas, genéticas e neuromusculares, entre outras.

O deputado também destacou que, em função desse tipo de medida, o Hospital João XXIII tem lidado com uma sobrecarga imensa.

“Não podemos permitir isso. O João XXIII é especializado em urgência e emergência de alta complexidade”, afirmou.

A promotora de Justiça da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, contou que instaurou procedimento para apurar o fato.

“Esse cenário que envolve a Fhemig atualmente de sucateamento e precarização é o que nos leva à preocupação de que uma obra para melhoria vá para outro caminho depois”, destacou.

Diretor explica obras no João Paulo II

Segundo o diretor administrativo do Hospital Infantil João Paulo II, Alexandre Luiz Martucheli, a Fhemig contratou um sistema de gestão hospitalar para integração de informações. “Para viabilizá-la, tem que haver um cabeamento único, sem emendas”, explicou.

Conforme contou, a obra já teve início há mais de um ano e ocorreu em outros lugares da instituição.

“Precisamos fazer a UTI dado o fim do contrato em novembro. Para isso, esperamos o fim da sazonalidade, quando há maior demanda de pacientes”, contou.

Ele relatou que outras intervenções planejadas estão sendo feitas no espaço como nova ambientação, regularização de tomadas e ampliação da farmácia.

Questionado pela deputada Bella Gonçalves se houve aviso prévio aos trabalhadores da instituição, Alexandre Martucheli contou que houve diversas reuniões com profissionais das UTIs das duas instituições.

“Talvez a informação não tenha chegado para todos os trabalhadores, mas para quem está diretamente envolvido sim.”

Alexandre Martucheli - Diretor administrativo do João Paulo II

Além disso, ele disse que não foram fechados leitos por causa da medida.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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