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"O Democrata é o grande embaixador da cidade de Governador Valadares"

Edvaldo Soares dos Santos é um valadarense bem- sucedido na vida, empresário e desportista, que migrou para o Rio de Janeiro ainda jovem, e onde alcançou uma carreira de sucesso nos negócios. Retornou a Governador Valadares no alvorecer deste século, assumiu o comando de instituições importantes na cidade, e a principal delas é o Esporte Clube Democrata, onde está desde 2002. Entre os altos e baixos de sua gestão, ele sonha com dias melhores para a Pantera e reivindica mais apoio, dos empresários locais e da Prefeitura.
Presidente do Esporte Clube Democrata, Edvaldo Soares. Foto: Divulgação
domingo, 16 fevereiro, 2025

Jornal da Cidade GV - Como o senhor avalia a participação do Democrata no Campeonato Mineiro Sicoob 2025?

Edvaldo Soares - Eu considero a nossa temporada do Campeonato Mineiro Sicoob 2025 totalmente atípica porque o Democrata é sempre muito forte dentro de casa, e consegue em seus campeonatos a maior parte dos pontos dentro do seu campo, da sua casa, junto à sua torcida. Esse ano, nós jogamos três partidas dentro do Mamudão e perdemos as três, pela dificuldade que tivemos de horários, de jogos (domingo e quarta) tendo que jogar sob o sol quente. Então, quem joga em casa, a tendência é tomar a iniciativa para poder ganhar o jogo, tem que fazer o dever de casa e esse ano, com essas mudanças, ficamos sem vencer no Mamudão. A nossa preparação também, durante a pré-temporada, não foi a melhor, por falta de espaço físico. Nós fizemos treinamento em Engenheiro Caldas, Alpercata, Conselheiro Pena, e aqui em Valadares também, no Coopevale, a quem queremos agradecer, e a todos que cederem estes espaços.

Jornal da Cidade GV - E a preparação do clube na parte administrativa e executiva, como foi? Fale sobre a captação de recursos, patrocínios?

Edvaldo Soares - A parte administrativa e executiva, como sempre, com muita dificuldade, porque os empresários locais ainda não abraçaram o Esporte Clube Democrata, como ele merece, como acontece em outras praças, e a gente vê o sucesso de outras equi- pes, incluindo o apoio de prefeituras. Todos os nossos adversários, que jogam aqui contra o Democrata, ostentam o apoio das prefeituras locais, de suas cidades, mas no nosso caso, aqui, até hoje ainda não aconteceu isso. Eu acho que o Democrata, como embaixador de Governador Valadares, merecia sim, uma participação até mesmo um patrocínio da Prefeitura de Valadares. Isso já foi conversado com o prefeito (Coronel Sandro), e ele está à disposição para poder conversar sobre o assunto.

Jornal da Cidade GV - As despesas são muito altas? Qual é o valor médio gasto por jogo?

Edvaldo Soares - As despesas de uma competição dessas sempre muito altas. Quando a gente joga em casa, a gente recebe um boleto que temos que pagar em 48 horas antes da partida. Senão, é W.O, perde 3 pontos e prejudica muito a equipe, se porventura não conseguirmos pagar. Esses boletos são sempre em valores expressivos. Quando jogamos fora de casa, temos evidentemente despesa com transporte (ônibus) e os hotéis para a concentração, e nos jogos em casa, também nós temos o hotel para os atletas se concentrarem.

Jornal da Cidade GV - Por que o Democrata jogou em horários que de- sagradaram o torcedor, às 10h e às 15h? Por que o time não jogou no tradicional horário noturno da segunda-feira?

Edvaldo Soares - Nós tentamos jogar nesse horário da segunda-feira, a "segunda-feira sem lei". E lá na Federação Mineira de Futebol, este é o horário da nossa preferência, que o nosso torcedor acostumou. Todos estão acostumados com esse horário e, realmente, é na segunda-feira à noite que as pessoas quase não têm muitas opções na televisão, quase não tem outras atrações para as ir para outros locais, e o torcedor do Democrata vem ao Mamudão para apoiar mesmo. Mas como a CBF liberou um espaço de tempo mais curto para que as federações organizassem seus campeonatos regionais, de 12/01 a 16/03, e os grandes clubes aqui de Minas Gerais pediram que a competição começasse no dia 18/01, para dar aos atletas os 30 dias de férias que merecem, isso foi é necessário. Então, nós adiantamos mais uma semana e para finalizar dia 16 de março. No entanto, o campeonato vai se encerrar no dia 12/03, e teremos mais uma semana aí. Na sequência desse prazo mais curto, com a fase classificatória, todos os clubes jogaram domingo e quarta, ou seja, depois que começou o campeonato, ninguém mais treinou, porque quando viajamos, temos que chegar e hospedar em alguns lugares para conseguir se recuperar da viagem dentro da cidade na qual o clube vai jogar. Esse espaço curto de tempo nos prejudicou muito.

Jornal da Cidade GV - O jogo contra o Cruzeiro foi levado para Sete Lagoas por qual motivo?

Edvaldo Soares - O jogo foi levado para Sete Lagoas porque nós não podíamos jogar no Mamudão já que a iluminação não foi aprova- da pela Federação Mineira de Futebol e pela Rede Globo de Televisão, que detém os direitos de transmissão. A FMF se comprometeu em fazer uma reforma de iluminação, mediante a um orçamento. Depois, faltando 10 dias para o início do campeonato, nos informou que não faria mais essa reforma da iluminação, porque havia ficado muito caro, em torno de R$ 300 mil reais. E também não havia mais tempo hábil para o serviço. Quando me deram resposta que o jogo contra o Cruzeiro não ser aqui, esse tempo ficou muito curto, não dava mais para fazer a reforma nessa temporada, mas estamos tomando providências.

Jornal da Cidade GV - O torcedor sempre cobra que o Democrata tenha uma SAF. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Edvaldo Soares - Todo clube, não só os clubes do interior, mas todo grande clube que ainda não é SAF, tem, claro, o interesse de se transformar em uma Sociedade Anônima do Futebol, e com o Democrata não é diferente. Nós queremos sim uma SAF, mas, para isso a gente precisa de um parceiro que a gente confie para que a parceria não nos traga mais problemas. A SAF, quando chega a um clube, tem de chegar trazendo soluções e não problemas. Mas nós estamos sim abertos a algum empresário, podendo ser até algum empresário do futebol, mas que tenha cacife para fazer uma sociedade com a nossa instituição.

Jornal da Cidade GV - Para a disputa da Série D, o clube pretende con- vocar as lideranças políticas e empresariais de Governador Valadares para ajudar?

Edvaldo Soares - Eu já tive duas reuniões com o prefeito Coronel Sandro e que se predispôs a ajudar o Democrata sim, e eu até citei pra ele exemplos como o Athletic (São João Del-Rei), onde a cidade abraçou o clube e em cinco anos já está na série B. Chapecó, abraçou a Chapecoense e a gente vê o sucesso da Chapecoense, como outros grandes clubes que se transformaram em SAF e transformaram completamente sua realidade para melhor. Nós queremos que a nossa cidade, inclusive empresários, também abracem divulgando suas marcas, que ficarão bem divulgadas, que não con- sidero ajuda, mas sim, investimento, sendo o marketing esportivo hoje um dos melhores que existem em nível mundial. O desejo é que a cidade reconheça o Democrata como seu maior embaixador, um patrimônio de todos nós.

Por Tim Filho, com Luciana Gross

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