Logo Jornal da Cidade - Governador Valadares
Banner

Funed reduz tempo de liberação dos exames

Liberação dos laudos caiu de 11 dias em média para três dias
Três meses após a implantação do Sistema de Informação Laboratorial (LIS) – Korus, na Fundação Ezequiel Dias (Funed), os resultados já são expressivos. Foto: Funed / Divulgação
segunda-feira, 13 outubro, 2025

DA AGÊNCIA MINAS

Três meses após a implantação do Sistema de Informação Laboratorial (LIS) – Korus, na Fundação Ezequiel Dias (Funed), os resultados já são expressivos. O tempo médio entre a chegada das amostras ao Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais (Lacen-MG) e a liberação dos laudos caiu de 259 horas (média de 11 dias) em junho, para 70 horas (média de três dias) em setembro de 2025.

Segundo o presidente da Funed, Felipe Attiê, o Lacen-MG é o primeiro do Brasil a adotar a ferramenta.

“As atividades eram realizadas de forma manual há mais de uma década. Não havia um software no Lacen-MG. Nesta gestão, a instituição é pioneira ao implantar o sistema em seus laboratórios. Com isso, estamos abrindo portas para que outros laboratórios públicos também possam modernizar os seus processos. Já somos referência em diversos agravos e, agora, somos também em tempo de liberação dos exames”, afirma o presidente.

Controle e rastreabilidade

O diretor do Instituto Octávio Magalhães / Lacen-MG, Glauco Carvalho, destaca que o novo sistema trouxe maior controle de todo o processo laboratorial.

“Desde o recebimento das amostras, todo o gerenciamento e a rastreabilidade dos exames estão integrados ao LIS/Korus. A redução do tempo de liberação dos resultados é reflexo direto dos ganhos que essa automação proporciona”, observa.

Para a coordenadora da Divisão de Epidemiologia e Controle de Doenças (DECD) da Funed, Josiane Barbosa, a implantação do LIS trouxe também avanços significativos na automação e na integração das etapas antes, durante e após as análises.

“Estamos agora analisando os dados de junho a setembro, dos dois últimos anos. Isso porque a sazonalidade das doenças e volume de exames influencia o tempo de liberação. Em períodos de alta demanda, como em epidemias de arboviroses, o fluxo de processamento dos exames naturalmente se altera”, explica.

Gestão e inteligência de dados

Outro grande avanço proporcionado pelo novo sistema é o gerenciamento de dados por meio da ferramenta de Business Intelligence (BI). Em operação desde agosto, o BI permite visualizar em tempo real o volume diário de exames recebidos pela Funed, os dias de maior demanda e as variações desses números ao longo do tempo.

“A automatização dos processos e o monitoramento dos dados nos permitiram mensurar o que já percebíamos: atualmente, 65% da demanda da DECD é de exames de biologia molecular”, destaca Josiane. A coordenadora ressalta ainda que o BI possibilita identificar, de forma imediata, exames fora do prazo, metas não atingidas e gargalos nos fluxos.

Atualmente, mais de 90% dos exames cadastrados no Sistema Gerenciador Laboratorial do DataSUS, o GAL do Ministério da Saúde, já estão integrados ao Korus Funed. O assessor da Presidência da Funed, Hyllo Baeta, explica o motivo destes 10% de exames, ainda não estarem integrados ao Korus.

“Os exames ainda não disponibilizados no novo sistema dependem de questões contratuais e de compatibilidade entre o sistema atual e o Korus. Essa demanda já está no radar da equipe de Tecnologia da Informação, que busca soluções para essa integração e que teve papel fundamental na construção das integrações entre o GAL e o sistema Korus”, afirma.

Há 15 anos Lacen espera solução

Para a coordenadora da DECD, Josiane Barbosa, a adaptação dos servidores ao novo sistema tem sido muito positiva.

“Toda mudança gera desconforto e resistência, o que era esperado, já que alteramos um processo que vinha sendo feito da mesma forma há mais de 15 anos. Com o tempo e com os diversos treinamentos realizados, observamos grande evolução na curva de aprendizado e o envolvimento das equipes na melhoria contínua dos processos”, afirma.

O processo agora é integrado, segundo Bárbara Andrade, chefe do Serviço de Gerenciamento de Amostras Biológicas (Sgab).

“Tudo era feito em papel, em cadernos. Agora temos rastreabilidade completa, com registro de usuário, data e horário no sistema. Quando precisamos de relatórios, conseguimos gerá-los em segundos, sem depender de planilhas manuais”, conclui.

Gostou? Compartilhe...

Leia as materias relacionadas

magnifiercrossmenu