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domingo, 14 dezembro, 2025

Gabriel Azevedo e a necessidade de um novo protagonismo mineiro

Leia a coluna desta semana de Jamir Calili
Gabriel Azevedo é pré-candidato ao governo de Minas. Foto: Abraão Bruck/CMBH

por Jamir Calili

A política mineira vive, há algum tempo, um paradoxo incômodo. De um lado, Minas Gerais carrega um peso histórico, econômico e simbólico que a coloca naturalmente no centro do debate nacional. De outro, o Estado tem ocupado um papel cada vez mais periférico nas grandes decisões do país, reagindo mais do que propondo, administrando crises mais do que desenhando projetos de futuro. É nesse cenário que surgem nomes que merecem ser observados com atenção, não pelo marketing fácil ou pelo discurso inflamado, mas pela capacidade de oferecer equilíbrio, racionalidade e visão estratégica. Entre esses nomes está Gabriel Azevedo.

Gabriel é advogado, professor universitário e doutorando em Direito Ambiental, tendo construído sua trajetória unindo formação acadêmica e experiência prática na gestão pública. Foi subsecretário estadual de Juventude, vereador por dois mandatos em Belo Horizonte e presidente da Câmara Municipal no biênio 2023–2024, com atuação marcada pela fiscalização, integridade e devolução de recursos ao interesse público.

Sua recente passagem por Governador Valadares foi mais do que um gesto protocolar de pré-campanha. Atendendo a meu convite, veio a até nossa cidade em um sinal claro de que há disposição em dialogar com o interior, ouvir lideranças locais, compreender realidades distintas da capital e reconhecer que Minas não se resume à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Essa escuta ativa, hoje tão rara na política, revela uma compreensão básica, mas essencial: um projeto estadual consistente precisa ser construído a partir da diversidade mineira, respeitando suas diferenças regionais e suas vocações econômicas e sociais.

Gabriel Azevedo representa uma geração mais jovem da política, mas isso, por si só, não explica sua relevância. O que o diferencia é a combinação pouco comum entre juventude e densidade institucional. Sua trajetória demonstra familiaridade com o funcionamento do Estado, com as engrenagens do poder público e com os limites reais da ação governamental. Não se trata de um discurso voluntarista ou messiânico, mas de uma visão que reconhece que governar é fazer escolhas, estabelecer prioridades e construir consensos mínimos em uma sociedade plural.

Em tempos de radicalização e polarização excessiva, sua postura de centro merece destaque. Centro, aqui, não como sinônimo de neutralidade vazia ou de ausência de posições, mas como compromisso com o equilíbrio, com a racionalidade e com a mediação política. Minas Gerais, mais do que muitos outros estados, sempre foi terra de conciliação, de pactos silenciosos, de soluções construídas longe dos extremos. Essa tradição mineira, que já produziu grandes estadistas, parece encontrar eco em um projeto político que busca diálogo em vez de confronto permanente.

Outro ponto central de sua proposta é a defesa de um protagonismo mineiro no cenário nacional. Minas não pode continuar apenas administrando passivos históricos, especialmente na área fiscal, ou aguardando decisões tomadas em Brasília. Um projeto de desenvolvimento estadual exige articulação federativa, capacidade de negociação com a União, atração de investimentos, fortalecimento da infraestrutura e valorização do capital humano mineiro. Isso pressupõe liderança política qualificada, capaz de dialogar com diferentes campos ideológicos e setores econômicos sem submissão, mas também sem isolamento.

A agenda defendida por Gabriel Azevedo aponta para essa direção ao enfatizar responsabilidade fiscal combinada com sensibilidade social, modernização da gestão pública, valorização das instituições e planejamento de longo prazo. Não são propostas espetaculares ou promessas fáceis, mas exatamente por isso soam mais críveis. Minas Gerais já aprendeu, a duras penas, que soluções mágicas e discursos simplistas costumam cobrar um preço alto no futuro.

É evidente que uma pré-candidatura não se esgota em boas ideias ou em boas impressões iniciais. O debate precisa amadurecer, as propostas precisam ser detalhadas e confrontadas com a realidade dura das finanças públicas e das desigualdades regionais. Mas é igualmente evidente que a política mineira precisa abrir espaço para nomes que representem renovação com responsabilidade, mudança com institucionalidade, ousadia com prudência.

Defender o nome de Gabriel Azevedo como pré-candidato ao governo de Minas Gerais não é um ato de adesão acrítica, mas um convite ao debate qualificado. É reconhecer que Minas precisa voltar a pensar grande, sem perder o pé no chão. Precisa de líderes que compreendam o passado, enfrentem o presente e tenham coragem de planejar o futuro. Em um tempo de ruídos, talvez o maior mérito seja justamente oferecer clareza, equilíbrio e propósito. Isso, por si só, já o coloca como um nome que merece ser levado a sério no debate público mineiro. Por isso convido todos a segui-lo em suas redes sociais na internet @gabrielazebedo e site www.gabrielazevedo.com.

Jamir Calili, professor da UFJF, vereador, membro da Academia Valadarense de Letras, na cadeira de Machado de Assis.

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