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Mais do que direito à matrícula, mães atípicas cobram inclusão em rotina escolar

Audiência na ALMG está debatendo descumprimento de direito legal à educação regular de crianças com autismo. Familiares cobram capacitação de profissionais.
Além do caso do goleiro Cássio, familiares e convidados estão repercutindo a necessidade de apoio educacional especializado. Foto: Guilherme Dardanhan ALMG
quinta-feira, 25 setembro, 2025

Bullyng, isolamento, exclusão velada, preconceito. Mães atípicas estão se revezando em relatos emocionados e de cobrança do direito à escola para os filhos, tema que está sendo discutido nesta quinta-feira (25/9/25), em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O objetivo é avaliar o acolhimento de crianças com autismo nas escolas e as denúncias de recusa de matrículas, apesar da existência de lei que impede a prática. 

O caso mais recente, com ampla repercussão, foi o do goleiro Cássio Ramos, do Cruzeiro Esporte Clube, que denunciou a dificuldade de garantir o direito básico à educação para a filha Maria, de 7 anos.

Realizada a pedido de vários deputados na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, a reunião está sendo conduzida por seu vice-presidente, deputado Professor Wendel Mesquita, vice-presidente da comissão (Solidariedade).

“Nenhuma escola pode se recusar a receber matrícula de uma criança por sua condição, e quando isso ocorre estamos diante de uma escolha não pedagógica, e sim de violação de direitos."

Professor Wendel Mesquita
Dep. Professor Wendel Mesquita

Além de não ter a garantia de matrícula, participantes lembraram que o goleiro Cássio teve impedido o acesso de acompanhante para Maria na escola, expondo outra dificuldade denunciada na audiência por vários presentes. Não bastaria garantir a matrícula, mas teria que haver a inclusão de fato no cotidiano da sala de aula.

Várias entidades e familiares denunciam que, mesmo matriculadas, as crianças sofrem exclusão em tarefas escolares, festas, apresentações e mesmo convites diretos ou velados para se retirarem da escola.

“Até hoje a escola só trouxe traumas para o meu filho, não trouxe benefício nenhum. Eu que não tenho especialização consigo lidar com ele, porque um profissional não dá conta? Acho que é mais falta de interesse”,  analisou sobre sua peregrinação por escola Wanessa de Souza, mãe atípica de Victor.

Outra mãe atípica, Vanessa Cardoso de Araújo, relatou que seu filho não vai à escola desde maio.

“Não tive negativa de matrícula, mas soube por outros que a professora estava tirando as canetinhas da mão dele. Elas são o apego dele, e se tirado, acaba com meu filho”, contou ela, contendo lágrimas ao falar sobre a necessidade de acolhimento e compreensão das crianças atípicas.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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