Transcrição da entrevista: Luciana Gross
Gi Xavier - Vamos começar falando sobre o Orçamento. O Plano Diretor está ligado ao Orçamento Municipal para executar as medidas previstas nele. Isso exige um investimento financeiro do Município?
Gustavo Veríssimo: Agradeço a oportunidade, o lugar de fala é sempre muito bom. Sim exige. O Plano Diretor é um projeto de execução mais inteligente, da ampliação do município. Quando a gente fala de ampliação, a gente fala de toda a sistemática de ampliação, seja de novos loteamentos, novos bairros, e isso agrega também o trânsito, mobilidade, acessibilidade. Então, o Plano Diretor é uma política de crescimento inteligente de município e pra isso tem que haver planejamento sim e isso projetado nas legislações orçamentárias.
Gi Xavier - Sobre as diretrizes de loteamentos no município, serão impactadas no Plano Diretor?
Gustavo Veríssimo: Diretamente impactado. Seja no formato mais inteligente ou seja no direcionamento pontual também daquela região que esteja mais preparada a curto e médio prazo para receber uma ampliação da nossa cidade.
Gi Xavier - Vamos falar de Mobilidade Urbana. O que o senhor vê como mais importante e urgente de se resolver nessa área em Governador Valadares?
Gustavo Veríssimo: Sem dúvida nenhuma, o primeiro quesito (acho que vai assustar muita gente), mas é a acessibilidade. Não é o trânsito. Eu oriento o trânsito como o segundo quesito. A minha prioridade é aumentar a acessibilidade, seja para pessoas com deficiência, seja para idosos, crianças, aumentar o fluxo de pedestres. Primeiro, eu quero me atentar a acessibilidade urbana e depois projetar uma cidade mais inteligente para melhorar o fluxo do trânsito. Tudo isso o Plano Diretor abarca.
Gi Xavier - Já existe um projeto executivo para essa acessibilidade?
Gustavo Veríssimo: Olha, nós pegamos um município bem complicado. Eu já me reuni, inclusive com o Dr. Randal, que é Promotor de Justiça da área de acessibilidade, e estamos averiguando uma série de ações que o município tem que tratam de acessibilidade, e estou preparando um plano de trabalho junto com o Ministério Público para que a gente consiga fazer isso, de forma eficiente. Primeiro a acessibilidade, depois o trânsito e por último, o fluxo, envolvendo as demais secretarias sempre.
Gi Xavier - Vamos falar sobre saneamento. Com a concessão, houve uma grande mudança aqui no município. Existe no Plano Diretor diretrizes para a concessionária cumprir o que estava no contrato de concessão para a implantação do tratamento de esgoto em Valadares?
Gustavo Veríssimo: É sempre importante a gente definir que hoje é uma concessionária. Por ser uma concessionária, os prazos para esses investimentos estão lá no contrato de concessão. No saneamento, eles vão se utilizar no que diz a Lei Federal, mas junto com a Secretaria de Planejamento, a AEGEA(Águas de Valadares) que hoje é a concessionária, deve alinhar uma normativa, uma diretriz e nós discutirmos em conjunto como será isso nessas ampliações dos novos loteamentos. O que já está firmado está no contrato de concessão e isso é fiscalizado pelo SAAE. Hoje, o planejamento de estruturação, são diretrizes focadas por projeto e para isso nós precisamos que a AEGEA bem alinhada com o governo para fazer de forma mais inteligente possível.
Gi Xavier - E a destinação do lixo? Como fica?
Gustavo Veríssimo: É uma outra possibilidade que o Plano Diretor consegue aumentar a liquidez, a inteligência. O foco hoje no Plano Diretor é prosperidade e aumento dos catadores, já que nós queremos investir cada vez mais nesses catadores independentes, nas associações existentes, priorizar as coletas seletivas. Porque todo o resto já é envolvido numa legislação federal, que é tem um Plano Nacional específico, e isso aí fica a cargo da empresa contratada. Mas o Plano Diretor envolve essas diretrizes e essas obrigações para dar mais vazão em especial a finalização do transbordo, destinação final mais adequada e também vai estar embutido isso como obrigação no Plano Diretor muito em breve.
Gi Xavier - Para encerrar, de forma bem pedagógica e que a população entenda, em um contexto geral, o que é o Plano Diretor, os prazos e esse trabalho junto ao governo municipal?
Gustavo Veríssimo: O Plano Diretor, é importante frisar que está nesse remanejamento há muitos anos e não sai. Não sai por questões políticas, por questões técnicas etc. A minha proposta é de preparar o planejamento para o Plano Diretor, estruturar isso de forma muito técnica e depois, convocar a sociedade civil para começar a ouvi-los, porque a lei assim o define. Mas, primeiro, nós queremos alinhar com a sociedade civil, ouvi-los de forma formal em um segundo momento, mas trazê-los a esse comportamento anterior evitando a politização e colocando uma política mais inteligente, ouvindo todos os lados e eu acho que assim nós vamos conseguir junto com o legislativo, sempre bom firmar isso, já que o legislativo tem que estar presente, pra gente conseguir definir isso o mais breve possível no município (acredito que até junho de 2026).