A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025 marca um novo capítulo na geopolítica mundial, trazendo implicações diretas para a segurança global, as relações comerciais e os alinhamentos estratégicos entre as grandes potências.
O impacto de sua política será sentido não apenas em regiões como o Oriente Médio, Europa e Ásia, mas também na América Latina, incluindo o Brasil, que agora se vê diante da necessidade de reavaliar sua posição no cenário internacional.
Em especial, em nossa amada e querida Governador Valadares, conhecida como a “cidade dos ame- ricanos”, que pode vir a sofrer transformações significativas, dada a profunda conexão econômica e social com os Estados Unidos.
A política externa e econômica de Trump, baseada nos princípios conservadores da direita, promete fortalecer o nacionalismo, reduzir o multilateralismo e reforçar a soberania dos EUA em detrimento de organismos internacionais.
Para o Brasil, isso significa uma escolha estratégica: continuar priorizando relações comerciais com China e Rússia ou retomar a tradicional parceria com Washington, aproveitando oportunidades e minimizando riscos.
Um dos primeiros sinais de mudança da nova administração Trump foi o cancelamento das sanções impostas a colonos israelenses na Cisjordânia ocupada, uma medida que fortalece a posição de Israel na região.
Além disso, a Casa Branca anunciou o congelamento da ajuda humanitária a Gaza, Ucrânia e Sudão, refletindo o pragmatismo de Trump ao priorizar os interesses diretos dos EUA.
Essa postura pode gerar um novo ciclo de instabilidade na região, reforçando a escalada de violência entre israelenses e palestinos e aumentando o risco de conflitos prolongados.
O impacto dessas políticas não se restringe ao Oriente Médio. Com os EUA reduzindo seu papel de mediador global, outras potências, como Rússia e China, podem buscar preencher esse vácuo, ampliando sua influência no tabuleiro geopolítico.
Essa mudança gera repercussões na União Europeia, que já demonstra preocupação com o afastamento de Washington das alianças tradicionais e com os possíveis reflexos na segurança do continente.
Na Europa, a relação entre Trump e Vladimir Putin continua sendo um dos principais fatores de tensão internacional.
O republicano já manifestou sua intenção de reduzir ou até mesmo cessar a ajuda militar à Ucrânia, sob o argumento de que o conflito precisa ser resolvido por meio da negociação direta entre Kiev e Moscou.
Essa abordagem pode enfraquecer a posição ucraniana no conflito e dar margem para uma vitória estratégica da Rússia, o que reconfiguraria o equilíbrio de poder no continente.
Além disso, a posição de Trump em relação à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pre- ocupa aliados europeus.
Durante seu primeiro mandato, ele criticou duramente o bloco e ameaçou retirar os EUA da aliança, alegando que os países membros não estavam contribuindo financeiramente o suficiente.
Com um segundo mandato, é provável que essas pres- sões aumentem, tornando a defesa europeia ainda mais dependente de seus próprios recursos.
Na América Latina, a política externa de Trump tende a ser mais agressiva em relação à China, pressionando países da região a reduzirem suas relações comerciais com Pequim.
Isso coloca o Brasil em uma posição delicada, já que a China é hoje o maior parceiro comer- cial do país, especialmente no setor do agronegócio.
No entanto, os EUA continuam sendo um destino crucial para as exportações brasileiras, e um realinhamento estratégico pode abrir novas oportunidades de negócios.
A Trumponomics, política econômica de Trump baseada no protecionismo e na reindustrialização dos EUA, pode afetar diretamente as exportações brasileiras, especialmente no setor de aço e alumínio.
No passado, o republicano já impôs tarifas a esses produtos, prejudicando as relações comerciais com o Brasil. Dessa vez, é fundamental que o governo brasileiro adote uma estratégia diplomática mais eficiente para negociar com Washington e garantir que novos entraves tarifários sejam evitados.
Além disso, o retorno de Trump pode facilitar a entrada do Brasil na OCDE (Organização para a Coo- peração e Desenvolvimento Econômico), um dos principais objetivos do governo brasileiro nos últimos anos.
Durante sua primeira gestão, Trump apoiou essa adesão, mas a iniciativa perdeu força com a eleição de Joe Biden.
Agora, com a retomada de um governo republicano, há uma nova janela de oportunidade para que o Brasil avance nesse processo e amplie sua presença nos fóruns internacionais.
É a pergunta que talvez, você leitor já deve ter feito, o que isso afeta nossa cidade? A resposta é que afeta e MUITO.
Talvez, entre os municípios brasileiros que mais sentem o impacto das mudanças na política dos EUA, nossa amada Governador Valadares é a que mais se destaca.
A cidade mineira, conhecida por sua forte ligação com os Estados Unidos, tem uma economia altamente influenciada pelas remessas de imigrantes que vivem e trabalham no exterior.
Estima-se que entre 20 e 40 mil valadarenses residam atualmente nos Estados Unidos, principalmente em estados como Boston, Nova York e Florida, de onde enviam dólares para suas famílias no Brasil.
O retorno de Trump pode afetar Governador Valadares de diversas formas, com a ampliação das deportações e a restrição de vistos podem dificultar a permanência de imigrantes brasileiros nos EUA, reduzindo o fluxo de remessas para a cidade.
Já se Trump conseguir impulsionar a economia americana, o setor de construção civil que emprega muitos valadarenses pode crescer, garantindo empregos e mantendo as remessas em alta.
Caso o dólar continue forte, as remessas enviadas pelos imigrantes valerão mais no Brasil, favorecendo o comércio local e a construção de imóveis na cidade.
O endurecimento das regras de imigração pode resultar no retorno forçado de muitos valadarenses, afetando a economia local, que depende do dinheiro vindo dos EUA.
Para que Governador Valadares continue se beneficiando da relação Brasil/EUA, é fundamental que o governo federal estabeleça um diálogo próximo com Washington, buscando políticas que garantam a segurança e a estabilidade dos imigrantes brasileiros no exterior.
Diante desse novo cenário internacional, o Brasil precisa definir sua posição de maneira pragmática e estratégica.
A reaproximação com os Estados Unidos pode trazer benefícios econômicos e políticos, ajudando o país a evitar barreiras comerciais e a fortalecer sua presença em organismos internacionais.
O governo federal deve buscar um equilíbrio entre suas relações com a China e os EUA, evitando con- flitos comerciais e garantindo um ambiente favorável para os investidores estrangeiros.
Além disso, uma política externa mais ativa pode garantir que cidades como a nossa Governador Valadares e Região Leste de Minas, continuem prosperando, mantendo sua forte conexão com os Estados Unidos e garantindo que seus cidadãos possam continuar contribuindo para o crescimento econômico tanto no Bra- sil quanto no exterior.
A nova ordem mundial está em construção, e o Brasil precisa es- tar preparado para ocupar um papel de destaque nesse cenário.
Se souber jogar suas cartas corretamente, o país pode sair fortalecido desse novo ciclo geopolítico, garantindo crescimento econômico e estabilidade política em um mundo cada vez mais dinâmico e im- previsível.
Deixo aqui, mais uma vez meu abraço fraterno a todos que me prestigiaram dispensando seu valioso tempo lendo esse artigo. Elevo a Deus uma prece, rogando a ELE proteção a todos nós.
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***Roncali da Farmácia é vereador pelo município de Gov. Valadares, tem formação em Direito, Sociologia, Administração de Empresas e Farmácia. Sócio proprietário e farmacêutico da Farmácia Brasil há mais de 30 anos, no endereço localizado na Avenida Minas Gerais, nº 719, Centro, em frente ao Edifício Plaza Center.