Logo Jornal da Cidade - Governador Valadares
Banner

Persona non grata

Marcius Túlio, colunista do JC, analisa um incidente diplomático que teve repercussão internacional, entre o estado brasileiro e o israelense
As bandeiras do Brasil e de Israel em meio a um racha de proporções internacionais. Foto: Reprodução da Internet
domingo, 25 fevereiro, 2024

Por Marcius Túlio

Não foi uma “gafe”, muito menos uma fala infeliz, mas um posicionamento do mandatário tupiniquim ao comparar a ofensiva israelense contra o grupo terrorista Hamas ao holocausto perpetrado pelo regime nazista contra o povo judeu.

A infelicidade, nesse contexto, foi para o povo brasileiro, mas quem somos nós senão meros coadjuvantes no cenário geopolítico sonhado pelo “mister L” e seus aliados?

Sua fala foi irresponsável e inconsequente, capaz de constranger até mesmo seus seguidores e fomentadores mais fiéis, não que se importem com isso, pelo menos enquanto sentirem os efeitos das benesses conquistadas ou a conquistar, mas a “saia justa” é notória.

Sua personalidade psicótica, realçada pela megalomania, escancara sua constante persecução pelo poder absoluto e perene. Vai muito além de simples vantagens financeiras para ultrapassar as fronteiras do imaginário.

Os arautos da “esquerda revolucionária”, há algum tempo postulam a liderança da esquerda do terceiro mundo para o “mister L”, notadamente após o desaparecimento de Fidel e Chaves, para assim ter assento na cúpula mundial, já que, por questões óbvias, lhe são intangíveis a eficiente ditadura chinesa, a incógnita ditadura russa e a desvairada ditadura norte coreana.

Não é necessária uma lupa para se notar que o terceiro mundo idealizado pelos eruditos comunistas/socialistas/progressistas está órfão de uma liderança, ainda que simbólica, que atenda aos anseios dessa comunidade carente de quem por ela pensa.

É nessa vacância que trabalha a esquerda tupiniquim, buscando emplacar “mister L” como o “maior líder de esquerda do terceiro mundo”, tentando elegê-lo como o mártir das nações chamadas emergentes, tudo isso sem se preocupar com os efeitos que tal estratégia pode causar, notadamente para o Brasil.

As narrativas são cada vez mais contundentes e inconsequentes, os possíveis efeitos colaterais deixados em segundo plano, inclusive a sucessão em caso de sucesso na empreitada, são muitos os postulantes, cada vez mais ousados e pretensiosos, gananciosos e arrogantes, conforme seu mentor.

Que se registre, não por mim, mas pela História, que arroubos autoritários, inconsequentes e irresponsáveis como o presente não são fatos isolados, ao contrário, vêm sendo interpretados e aceitos como gafes, piadas ou até mesmo confundidos com ignorância ou falta de conhecimento. Ledo engano. Foram e são atitudes meticulosamente orquestradas, pensadas e eficientemente efetivadas como doutrinação subliminar, homeopáticas e oportunas.

O antissemitismo exposto, de uma forma ainda dissimulada, de forma a  permitir dupla interpretação pode ser visto como “balão de ensaio”, pode desencadear reações imprevisíveis, notadamente quando é proferido por um Chefe de Estado que se intitula defensor da democracia.

Ainda que o holocausto judeu ou a tentativa de genocídio perpetrada por Hitler e seus seguidores não nos afete, ainda que não conheçamos a História, ainda que alguém não acredite, conforme parte da população alemã da época, é, sem dúvida um dos episódios mais sombrios da humanidade. Evocar tais atrocidades, seja comparando seja admirando seja ignorando premeditadamente, é comportamento sombrio, covarde e desumano, digno de espíritos focados na escuridão.

Esse não é, definitivamente o destino da Nação Brasileira, cujo território, em forma de coração, foi idealizada pela Criação, para ser o Coração do Mundo.

Por outro lado, ser considerado “persona non grata” por uma nação historicamente ligada ao capitalismo e à luta pela liberdade é uma conquista para quem se candidata a líder carismático da esquerda. O credencia ao pleito almejado.

Nada melhor que buscar novos ares, num continente cercado pela pobreza, pela miséria e por infindáveis guerras patrocinadas por ditaduras que detém o controle da vida, do destino, das crenças e até mesmo da forma de pensar da população.

Não existe terreno mais fértil para emergir uma liderança forjada no ilusionismo da igualdade social, ainda que seja uma liderança de terceiro mundo.

Paz e Luz.

Marcius Túlio é Coronel da Polícia Militar de Minas Gerais

Gostou? Compartilhe...

Leia as materias relacionadas

magnifiercrossmenu