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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Pesquisas da Epamig em melhoramento genético buscam o desenvolvimento de novas cultivares de café

Programa coordenado pela empresa, em parceria com universidades e outras instituições de pesquisa, já registrou 21 cultivares com características diferenciadas
Pesquisas da Epamig em melhoramento genético buscam o desenvolvimento de novas cultivares de café. Foto: Vanessa Figueiredo/Epamig

DA AGÊNCIA MINAS

O melhoramento genético do cafeeiro é crucial para aumentar a produtividade, assegurar resistência a pragas e doenças, desenvolver tolerância a estresses abióticos, melhorar a adaptação ao ambiente de cultivo e a qualidade de bebida.

Ao longo dos anos, vários foram os avanços alcançados pelas pesquisas em melhoramento genético de cultivares adaptadas às várias regiões do país.

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que há cinco décadas atua no desenvolvimento de novas tecnologias agropecuárias, já registrou, em parcerias com universidades e outras instituições de pesquisa, 21 cultivares de café com variadas características de interesse para cafeicultores e consumidores e prossegue na avaliação de novos materiais.

“Mesmo com esses grandes patamares alcançados, precisamos avançar muito mais nas pesquisas e na difusão de tecnologia. O melhoramento genético é uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios atuais e futuros da produção de café, garantindo a viabilidade econômica e ambiental do cultivo”, afirma pesquisadora da Epamig, Vanessa Figueiredo.  

“O interesse pelo plantio de cultivares mais tolerantes ao déficit hídrico e com maior potencial para produção de cafés especiais tem aumentado significativamente nos últimos anos, em decorrência de diversas intempéries climáticas e da crescente demanda por alta qualidade de bebida”, continua.

Vanessa Figueiredo / Epamig

“Isso norteia o trabalho da pesquisa na busca não só pela produtividade, mas também por várias outras características, como o porte da planta, época de maturação (precoce, média e tardia), uniformidade da maturação, tamanho dos grãos/peneira, rendimento, perfis de sabor e aroma, além da promoção de práticas mais sustentáveis e medidas que impactem na valorização do produto”, conclui.

Hibridação e polinização manual

Uma importante etapa do melhoramento genético é a hibridação, que consiste no cruzamento de diferentes materiais que pode ser feito, inclusive, de forma manual, como explica o pesquisador da Epamig César Botelho.

“De dois a três dias antes da florada a gente faz o processo da emasculação, que consiste na retirada da parte masculina da flor, evitando a polinização natural e permitindo um controle mais preciso sobre os cruzamentos. Na sequência, a gente protege o ramo com um saco de papel e no dia da abertura da florada, fazemos a polinização manual com flores abertas (pólen) de cultivares com as características desejadas”, explica.

Na última semana, os pesquisadores César Botelho, Vanessa Figueiredo e Dênis Nadaleti realizaram este procedimento em alguns exemplares cultivados no Campo Experimental de Três Pontas.

“Todo este processo foi demarcado com as identificações necessárias para acompanhamento posterior e coleta dos frutos até a colheita. Uma prática que requer muita dedicação e que no futuro poderá resultar em uma nova cultivar”, afirma Dênis.


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