A busca por acessibilidade, emprego, educação, saúde, respeito e inclusão são apenas algumas das inúmeras demandas das pessoas com deficiência diariamente. Segundo o IBGE, a população com deficiência no Brasil foi estimada, no ano passado, em 18,6 milhões de pessoas, de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária. O indicativo faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022. E diante das inúmeras dificuldades e limitações enfrentadas por essas pessoas, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21 de setembro) vem para conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. E hoje (29), a manhã da Praça de Esportes foi dedicada ao Dia D, que teve como tema “A inclusão social sob todas as formas”.
O cadeirante Jobival Camargo, de 54 anos, aproveitou o evento para consultar as vagas disponíveis no mercado e buscar uma nova oportunidade de trabalho. Para ele, não basta a existência de vagas, é necessário investir na capacitação das pessoas com deficiência. “Muitos têm uma visão de que o cadeirante não pode trabalhar, o que é errado. Existem vagas? Existem. Mas está faltando um alinhamento e que as empresas se disponham a fazer o que está sendo feito aqui nessa ação, disponibilizando vagas de forma acessível, tentando colocar a pessoa com deficiência para trabalhar. Para o cadeirante, a falta de acessibilidade é uma das piores coisas que ele enfrenta, mas ele também enfrenta a falta de capacitação profissional. Muitas pessoas com deficiência acabam se retraindo, porque às vezes não tem conhecimento para atuar em determinada área e é aí que entra a capacitação, pois a pessoa capacitada vai ter coragem de enfrentar o mercado de trabalho”.
Mas quem pensa que somente as pessoas com deficiência esbarram em desafios se esquecem que, por trás de muitos deles, existe todo o suporte de uma família, que abre mão de sonhos, trabalho e projetos em prol dos entes, que muitas vezes exigem uma dedicação exclusiva. Esse é o caso da dona de casa Ângela Maria Alves dos Santos, mãe do Davi Lucas Alves, de 13 anos. “Realmente é muito difícil a situação da pessoa com deficiência. Uma criança que tem alguma deficiência, por exemplo, não é aceita em todos os lugares. Tem dificuldade na escola, com os coleguinhas, e a gente que é da família acaba sofrendo junto. Mas nem por isso eu deixo de levar ele nos lugares e estou sempre junto a ele durante os acompanhamentos que ele precisa. Um evento desse é muito bom para essas pessoas, porque elas percebem que existem mais pessoas na mesma situação”.
O evento reuniu diversas instituições e entidades de atendimento a pessoas com deficiência, órgãos públicos governamentais e de segurança, instituições de ensino superior e sociedade civil organizada, que realizaram diversas ações e prestaram serviços de atendimento ao público como informações e atendimento em tempo real das Políticas Sociais da Assistência Social, Saúde, Educação nas esferas municipal e estadual; informações dos serviços ofertados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social); informações sobre doenças como a Hanseníase e aferição de pressão; orientações jurídicas; imersão da Pessoa com Deficiência ao mercado de trabalho diretamente com o RH de empresas; divulgação dos serviços prestados a pessoa com deficiência por instituições público/privadas; programas sociais e serviços municipais de assistência à pessoa com deficiência; cuidados preventivos para pessoa com deficiência pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar; prestação de serviços como corte de cabelo, auriculoterapia, práticas esportivas adaptadas, entretenimento, dentre outros.
A organização do evento ficou por conta da Coordenadoria de Apoio e Assistência ao Deficiente (CAAD), da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS). A coordenadora do CAAD, Dirce Albino, ressaltou a importância de eventos como esse em prol da inclusão. “É preciso incluir esse público de todas as formas, porque eles são invisíveis para a sociedade. Sem contar que eles precisam de tudo: acessibilidade, mobilidade, saúde, educação, lazer e a questão dos empregos. Através desse evento estamos mostrando um pouquinho de como é a luta da pessoa com deficiência. Todos os parceiros aqui presentes estão, de alguma forma, envolvidos com essa proposta e essas empresas e instituições vieram para colaborar com a causa e oferecer alguma prestação de serviço a eles”.
A secretária Municipal de Assistência Social, Adjani Santos Botelho Alvarenga, demonstrou sua satisfação com a ação e destacou a importância da inclusão das pessoas com deficiência. “É de deixar o coração quentinho ver essa adesão do público, das famílias. O município atualmente promove diversas políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência, independentemente do tipo de deficiência. Então, ver a casa cheia, ver eles aproveitando nessa manhã deixa a gente bem feliz ao saber que o trabalho está sendo desenvolvido com êxito. Temos aqui, à disposição deles, diversos serviços, não apenas municipais, mas também de várias empresas, instituições e associações que trabalham diariamente com eles e que aderiram à proposta do evento. É muito gratificante ver como eles aderem e vestem a camisa”.
Vale lembrar que pessoa com deficiência é aquela que possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividades e requer atenção integral que compreenda ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e manutenção da saúde. As deficiências se enquadram nas seguintes categorias: deficiência física; deficiência visual; deficiência auditiva; deficiência mental e deficiência múltipla.
Instituições participantes: APAE, ASUGOV, ABRETE, AVADDE, EQUOVILA, CER, PAOPE/UNIVALE, APAP, CRAEDI, CORPO DE BOMBEIROS DE MINAS GERAIS, POLÍCIA MILITAR – 6º BATALHÃO – 8ª RISP, Escolas Especiais para Surdos (Libras): CEEI, CAS-GV,LIB ESFOTILS ESC, Conselhos Municipais: CMPD,CMDPI, CMDM/GV, CRAS, CREAS, CAAD, FAMÍLIA ACOLHEDORA.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social