Por Thiago Ferreira Coelho
No Espírito Santo, dois egressos do mestrado em Gestão Integrada do Território (GIT), da UNIVALE, fazem parte de um projeto interdisciplinar de educação ambiental crítica com estudantes de uma escola da rede estadual de Colatina. A ação “Caminhos das Águas: Redescobrindo as Águas Capixabas com os Povos Originários” também tem foco na educação para as relações étnico-raciais, para valorizar a diversidade cultural.
O coordenador do projeto “Caminho das Águas” é o professor de Geografia na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Honório Fraga, e egresso do GIT, José Augusto de Araújo Pires da Luz. Além dele, também participa outro professor que fez o mestrado da UNIVALE, Rogério Costa dos Reis. Completam a equipe os docentes Juliano Souza de Almeida, Kamila Aparecida Bromeschenger da Silva, Marilson Santana Da Silva e Suzana de Alvarenga Lourete.
Atividades do projeto “Caminho das Águas”
As atividades incluem conteúdos de disciplinas como Geografia, Sociologia, História e Biologia. Os alunos puderam observar os biomas de restinga e de mangue em vilas e aldeias indígenas para a produção de vídeos e fotos, com observação de paisagem e realização de entrevistas. Ao destacar que o caráter interdisciplinar do GIT é marcado por articular diversos saberes, José Augusto avalia que o projeto “Caminho das Águas” promove uma educação transformadora, plural e conectada com desafios contemporâneos, gerando sentido e engajamento entre estudantes, para fomentar experiências educativas que conectam ciência, cultura, meio ambiente e identidade.
“O projeto ‘Caminho das Águas’ dialoga diretamente com os princípios do GIT e com a proposta pedagógica da escola, ao integrar Educação Ambiental Crítica e a Educação para as Relações Étnico-Raciais, refletindo os mesmos pilares que sustentam o meu trabalho, de valorização dos saberes ancestrais, análise dos impactos socioambientais e construção de uma consciência ética e democrática”, destacou José Augusto.
Inspirado no pensamento do geógrafo Milton Santos sobre como ações humanas impactam relações sociais, o coordenador do projeto “Caminho das Águas” considera que o território educativo se transforma quando os sujeitos se apropriam criticamente de sua realidade, reconhecendo os conflitos, as desigualdades e as potências que nele habitam.
“É exatamente isso que esse projeto interdisciplinar promoveu. Uma leitura ativa do espaço vivido, com foco na justiça socioambiental”, frisou o professor.
A importância do aprendizado dessas vivências é reconhecida pelos estudantes da educação básica, como a aluna Mariana Reali, do 3º ano do ensino médio.
“Durante o projeto ‘Caminhos das Águas’, tive a oportunidade de realizar uma análise dos corpos d’água no litoral capixaba, e isso foi transformador. Ao observar os manguezais, os rios e as áreas costeiras, percebi que esses ambientes não são apenas paisagens. São territórios vivos, marcados por histórias, saberes e conflitos”, afirmou Mariana.






Fotos: Divulgação Univale