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quarta-feira, 23 outubro, 2024

Projeto de moradia social por autogestão já pode voltar ao Plenário

Matéria, que trata do processo solidário de construção habitacional, recebeu novo texto na análise de 2º turno pela Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização.
Comissão incluiu no projeto a vinculação ao conceito de cidades inteligentes. Foto: Daniel Protzner/ALMG

Projeto de Lei (PL) 195/23, que institui a Política Estadual de Produção Social de Moradia por Autogestão, está pronto para voltar ao Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

De autoria do deputado Leleco Pimentel (PT), a matéria recebeu parecer favorável de 2º turno, nesta quarta-feira (23/10/24), na Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização.

O relator, deputado Rodrigo Lopes (União), apresentou novo texto, em substituição ao aprovado em Plenário em 1º turno (substitutivo nº 1 ao vencido).

Além de ajustes de técnica legislativa, há o acréscimo de uma nova finalidade para o projeto, vinculada ao conceito de cidades inteligentes.

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião

O projeto começa por definir o conceito de produção social de moradias por autogestão como sendo o processo solidário de construção, reforma, melhoria, urbanização, requalificação habitacional ou regularização fundiária urbana de interesse social realizado por associados, com o auxílio de assessoria técnica.

Essa assessoria, bem como as entidades promotoras das obras, também estão previstas no projeto. Da mesma forma, o texto trata da organização das pessoas físicas integrantes do empreendimento em associações sem fins lucrativos ou cooperativas de produção e de questões como contribuição e contrapartida financeiras.

De acordo com o substitutivo, a Política Estadual de Produção Social de Moradia por Autogestão será regida por seis princípios:

  • dignidade da pessoa humana
  • direito social à moradia digna
  • participação social e exercício da cidadania
  • inclusão socioeconômica
  • função social da propriedade e da cidade
  • sustentabilidade ambiental

Já entre seus objetivos estão o protagonismo da população na solução de seus problemas habitacionais, o estímulo ao financiamento não apenas para unidades novas, mas também de reformas ou requalificação de imóveis urbanos, e o fomento à implementação de cidades inteligentes, a partir da autogestão, por meio do desenvolvimento estratégico do território e da infraestrutura do município.

Por outro lado, as diretrizes da política incluem a adequação ambiental do projeto, a compatibilidade entre a proposta de empreendimento habitacional e as normas urbanísticas locais e a seleção de propostas por meio de chamamentos públicos, garantindo a distribuição compatível com o déficit habitacional regionalizado.

Experiência uruguaia inspira proposta

No parecer, Rodrigo Lopes assinala que a experiência uruguaia de cooperativas habitacionais, sustentada pela autogestão e apoio público, poderia ser adaptada a Minas Gerais. “A proposição em debate caminha nesse sentido ao estabelecer uma estratégia para enfrentar o déficit habitacional no Estado, promovendo inclusão e sustentabilidade no setor de habitação social.”

Ele afirma que a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), ao se posicionar sobre a matéria, informou não haver no Estado uma política pública de construção de moradias por autogestão e nem mesmo a previsão de sua inclusão no Plano Estadual de Habitação de Interesse Social em vigor. “Desse modo, verifica-se que a proposição em apreço poderá contribuir para o aperfeiçoamento da política de habitação do Estado de Minas Gerais”, enfatiza o relatório.

Durante a reunião da comissão, Rodrigo Lopes acrescentou que há demanda por habitação em todos os municípios mineiros e que o Estado tem um déficit habitacional “gigante”, com muitas pessoas vivendo em submoradias, como barracos de lona. “A Cohab hoje nem tem razão de existir”, criticou, referindo-se à Companhia de Habitação de Minas Gerais.

Leleco Pimentel, autor da proposição, afirmou que apenas na região Sudeste do Brasil, há 5,85 milhões de imóveis fechados ou inutilizados, número que supera o déficit habitacional.

“Tanta gente sem casa e tanta casa sem gente”, avaliou. O presidente da comissão, deputado Cristiano Silveira (PT) completou que a dignidade da pessoa se inicia com um endereço.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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