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Projeto que autoriza vigilância armada nas escolas pode ir a Plenário

Após muita controvérsia, a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária deu parecer favorável á matéria, que deverá ser discutida em audiência pública
Deputado Bruno Engler foi quem elaborou a proposta. Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG
quarta-feira, 26 junho, 2024

Projeto de Lei (PL) 3.595/22, que autoriza a implantação de segurança armada privada nas escolas estaduais, foi objeto de controvérsia em reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária (FFO) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na manhã desta quarta-feira (26/6/24).

Os deputados da comissão aprovaram parecer favorável à matéria, que está pronta para ser discutida e votada em 1º turno no Plenário.

O projeto é de autoria do deputado Bruno Engler (PL) e teve como relator na FFO o deputado João Magalhães (MDB), que opinou pela aprovação do texto na forma do substitutivo nº 2, apresentado pela Comissão de Segurança Pública.

O novo texto propõe, em vez de uma nova norma, a inclusão dos dispositivos previstos no PL 3.595/22 na Lei 23.366, de 2019, que institui a Política Estadual de Promoção da Paz nas Escolas, a ser implementada nos estabelecimentos de ensino vinculados ao sistema estadual de educação.

O texto original autoriza a contratação de serviços de vigilância privada e a utilização de aparelhos detectores de metais na entrada das escolas.

O substitutivo nº 2 inclui novas medidas que poderão ser adotadas pelo Estado, na implementação do plano de prevenção e enfrentamento à violência na escola, observados critérios de conveniência, oportunidade e necessidade.

Essas novas medidas são:

  • a possibilidade de designação de policiais militares da reserva remunerada e da ativa para atuarem na segurança de escolas;
  • o incremento do patrulhamento ostensivo nos arredores de escolas;
  • a instalação de sistema de videomonitoramento com possibilidade de compartilhamento de imagens com os órgãos de segurança pública.

Deputada aponta riscos da entrada de vigilância privada nas escolas

Durante a reunião, a deputada Beatriz Cerqueira (PT) apresentou requerimentos para adiamento da votação, mas esses foram rejeitados. Para ela, o projeto pode gerar problemas tanto para a educação quanto para a segurança pública.

A parlamentar ressaltou que empresas de vigilância, muitas vezes, têm contratos precários de trabalho, com profissionais sem adequado treinamento e sem conhecimento do cotidiano escolar.

Assim, para a deputada, a presença desses vigilantes pode agravar conflitos, em vez de preveni-los.

Pode, ainda, aumentar a evasão de alunos, especialmente entre aqueles de camadas mais vulneráveis da população.

Vamos colocar homens armados sem qualquer treinamento para lidar com crianças e adolescentes dentro das escolas?

Beatriz Cerqueira
Dep. Beatriz Cerqueira

Além disso, Beatriz Cerqueira considerou que abrir essa possibilidade significaria enfraquecer a segurança pública.

Em sua avaliação, a autorização para vigilância privada deverá favorecer o lobby das empresas do setor.

Ela defendeu que, em caso de segurança ostensiva nas escolas, que esta seja feita pela Polícia Militar. Para a deputada, é preciso fortalecer a segurança pública, e não abrir mercado para empresas privadas.

O deputado Bruno Engler rebateu as críticas. Ele disse que a fala da colega era desrespeitosa com os vigilantes, que dependem de autorização da Polícia Federal para trabalhar.

Afirmou, ainda, que a Polícia Militar está com pouco efetivo e não pode, por isso, atender a essa demanda. 

Audiência pública

O deputado Professor Cleiton (PV) sugeriu adiar a votação para a realização de audiência pública sobre o projeto. O

deputado João Magalhães se comprometeu a realizar a audiência antes da votação do texto em 2º turno e apresentou requerimento sobre a questão no fim da reunião.

O requerimento foi aprovado e prevê que a reunião seja em conjunto com a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia. 

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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