DA AGÊNCIA MINAS
A pequena Esther acabou de completar 1 ano de idade esbanjando saúde, após ter nascido prematura, em agosto de 2024, na Maternidade Odete Valadares (MOV), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Belo Horizonte.
A mãe Edna Aparecida Gomes deu à luz prematuramente devido a um episódio de pré-eclâmpsia e, por isso, Esther ficou internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) durante vários dias. Mesmo passando por um momento difícil, Edna, que também passou por uma internação, não mediu esforços para que Esther tivesse acesso ao melhor alimento possível para ela: o leite materno. Deu tão certo que o aleitamento segue firme até hoje.
Edna recorda do apoio incondicional que recebeu das profissionais da MOV para poder amamentar.
"Desde o primeiro dia que eu estava na UTI, já recebi todas as orientações possíveis sobre a amamentação e sua importância, limpeza das mamas, massagens, além de ter tido todo apoio psicológico, já que estava muito abalada emocionalmente", conta ela.
Nos primeiros dias, Esther foi alimentada com o leite doado do Banco de Leite Humano, que é referência no apoio e promoção do aleitamento materno. Para Edna, todo o esforço valeu a pena.
"Não foi fácil, o início da amamentação da Esther foi em meio a lágrimas e dores, mas hoje me sinto grata porque vencemos".
A autônoma acredita que o aleitamento materno foi fundamental para a evolução de Esther.
"Hoje já foram incluídos outros alimentos nas refeições dela, mas a amamentação ainda é sagrada para o desenvolvimento, além de ser um momento de união, de carinho, de atenção entre mãe e filha. Fico muito feliz em ter conseguido, em ter superado tudo e poder amamentar a minha filha até hoje", finaliza.

Edna com Esther no início da amamentação e hoje, na Maternidade Odete Valadares (MOV), em Belo Horizonte. Foto: Fhemig / Divulgação: Cristiano Machado / Imprensa MG
Agosto Dourado
O mês de conscientização sobre a importância do aleitamento materno já faz parte do calendário de ações das maternidades da Fhemig — MOV e Hospital Júlia Kubitschek (HJK), em Belo Horizonte, e Hospital Regional João Penido (HRJP), em Juiz de Fora — que, neste período, intensificam as atividades relacionadas ao estímulo, apoio, promoção e proteção à amamentação. Todas essas unidades são certificadas como hospitais "Amigo da Criança" pelo Ministério da Saúde.
O tema da campanha em 2025 é "Priorize a Amamentação: Crie Sistemas de Apoio Sustentáveis", com o objetivo de reforçar a importância do aleitamento materno, não apenas como um ato de cuidado individual entre mãe e bebê, mas como uma prática que exige o envolvimento e o compromisso coletivo da sociedade.
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"Amamentar é um direito e uma responsabilidade compartilhada, priorizar a amamentação é uma decisão estratégica de saúde pública e que depende de redes de apoio contínuas e eficazes", afirma a coordenadora do Banco de Leite Humano da MOV, Karine Antunes. | ||||
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Leite materno: o alimento ouro
O leite materno é um alimento completo. Isso significa que, até os 6 meses de idade, o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). O leite materno é de mais fácil digestão do que qualquer outro leite e funciona como uma vacina pois é rico em anticorpos, protegendo a criança de muitas doenças, como diarreia, infecções respiratórias, alergias, além de diminuir o risco de hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.
A amamentação favorece um contato mais íntimo entre a mãe e o bebê. Sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face da criança, ajuda a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter uma boa respiração.
A coordenadora da maternidade do Hospital Júlia Kubitschek, Ana Paula dos Santos Marques, enumera ações que são essenciais no apoio à amamentação, como oferecer acolhimento, garantir um ambiente calmo e seguro para o aleitamento, além de ouvir a mãe com empatia e sem julgamentos, fortalecendo a confiança.
"A amamentação é um ato natural, mas nem sempre fácil, e por isso o apoio constante faz toda a diferença", diz.
Teletrabalho para servidoras lactantes
O Governo de Minas, por meio, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais (Seplag), publicou, no dia 9/7, uma resolução que que garante a possibilidade da realização de teletrabalho para as servidoras lactantes com funções laborais compatíveis com esta modalidade.
A medida contempla servidoras no período entre o fim da licença-maternidade e até os 24 meses do bebê, legitimando o direito de amamentar adequadamente e reconhecendo que a flexibilidade no trabalho é essencial para garantir saúde, bem-estar e vínculo materno-infantil.
O decreto representa um avanço real e sustentável na forma como se organiza o serviço público em Minas Gerais, beneficiando diretamente as servidoras, as famílias e, indiretamente, toda a sociedade.