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Sua empresa está preparada para a reforma tributária?

Leia a coluna desta semana de Simone Claudino
Reforma Tributária. Foto: Reprodução da Internet
domingo, 14 setembro, 2025

por Simone Claudino

Se a sua resposta ainda é “não sei”, o momento de se preparar é agora. O Brasil está diante da maior transformação do seu sistema de impostos em décadas. A partir de 2026, começa a transição que seguirá até 2032, substituindo tributos atuais por dois novos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O discurso oficial é de simplificação, mas eu, como especialista em gestão empresarial, preciso reforçar que simplificação não significa facilidade. Para as empresas, a mudança será profunda e exigirá preparo real.

Essa não é apenas uma troca de siglas. É uma reestruturação que vai alterar a forma como registramos créditos e débitos tributários, como ajustamos os sistemas de gestão e como organizamos rotinas contábeis e fiscais. Quem esperar a lei pegar para só então agir, corre o risco de descobrir tarde demais que o custo da inércia é alto e que recuperar competitividade depois pode ser muito mais difícil.

Gosto de usar a comparação com o futebol porque ela traduz bem o tamanho do desafio. Imagine que, no meio da partida, mudam as regras. O campo é redesenhado, as faltas são contadas de outra forma e até a pontuação deixa de ser a mesma. Para continuar jogando, não basta boa vontade. É preciso revisar a estratégia, treinar jogadores, redesenhar jogadas e ter um técnico preparado para tomar decisões rápidas. A reforma tributária é exatamente esse novo regulamento. E quem começar a se adaptar agora terá vantagem quando o jogo recomeçar em 2026.

Na prática, vejo três movimentos essenciais que os gestores devem iniciar imediatamente. Primeiro, simular cenários. Usar tecnologia contábil para projetar o impacto das novas alíquotas é fundamental para antecipar riscos. Segundo integrar áreas. Essa não é uma tarefa apenas da contabilidade, mas também do financeiro, do jurídico, do fiscal e até do comercial, que precisa entender como as novas regras impactarão margens e precificação. Terceiro, capacitar líderes. Os gestores precisam traduzir a linguagem técnica em estratégias práticas e comunicar riscos e oportunidades de forma clara para toda a equipe.

A boa notícia é que a simplificação prometida pode trazer ganhos importantes, como a redução de custos e o aumento da competitividade. Mas esses benefícios só vão se concretizar para quem se preparar desde já. Para quem adiar, o desafio será maior e o risco de perder espaço no mercado será real.

Eu acredito que a reforma tributária pode abrir uma nova fase para o ambiente de negócios no Brasil. Mas não há tempo a perder. O planejamento precisa começar agora, com cada empresa mapeando operações, ajustando processos e preparando pessoas. Deixar para depois pode transformar a transição em um dos maiores custos que o seu negócio já enfrentou.

E você, empresário ou gestor, já começou a desenhar o plano de transição da sua empresa? Traga sua visão e vamos juntos discutir os caminhos para enfrentar essa mudança histórica no ambiente de negócios.

Simone Maria Claudino de Oliveira (@simoneclaudionoficial) é valadarense, graduada em Ciências Contábeis e Direito, com especializações em Estratégia Empresarial, Controladoria, Auditoria e Gestão da Informação. Possui MBA em Gestão Cooperativa e Projetos de Inovação, além de certificações em Corporate Venture Capital (CVC), Corporate Venture Builder (CVB) e Inovação. Atua como Controller no Grupo AgroRemac, Diretora Executiva da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial, Co-Founder da Cliex&CO e Founder da Insights I.A Tech. É presidente da ANGAR, do Sindcont GV, da Garantia dos Vales e da Adeleste, promovendo o desenvolvimento econômico e empresarial da região.

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