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Transferência de imóveis do Estado para a União tem aval da CCJ

Mesmo com críticas da oposição, proposição que integra pacote de medidas do Propag recebe parecer pela constitucionalidade.
Deputados da oposição apresentaram 276 propostas de emendas ao PL 3.733/25, mas todas foram rejeitadas pela CCJ. Foto: Daniel Protzner ALMG
terça-feira, 30 setembro, 2025

Nesta terça-feira (30/9/25), mais uma proposição que integra o pacote de medidas do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag) avançou em sua tramitação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O Projeto de Lei (PL) 3.733/25, que autoriza a transferência de imóveis do Estado para a União, recebeu o aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

De autoria do governador Romeu Zema, o PL 3.733/25 permite que os imóveis de propriedade do Estado sejam utilizados para abater a dívida de Minas Gerais. Caso a União não tenha interesse em receber os imóveis, o Estado poderá vendê-los e utilizar o dinheiro arrecadado para amortizar o seu saldo devedor.

O parecer do relator, deputado Doorgal Andrada (PRD), foi pela aprovação do PL 3.733/25 na forma do substitutivo nº 1, que apresentou. Esse novo texto realiza correções na redação original, promove adequações de técnica legislativa e inclui em seu anexo a lista de imóveis que o Poder Executivo pretende negociar com a União. 

Ao longo de sua discussão, o projeto recebeu 276 propostas de emendas de parlamentares da oposição. A maioria delas, de autoria dos deputados Lucas Lasmar (Rede) e Doutor Jean Freire (PT), tinha o objetivo de excluir imóveis da lista do governo. Mas todas essas propostas foram rejeitadas pela comissão.

O governo incluiu 343 imóveis de propriedade do Estado e de fundações e autarquias estaduais na lista que pretende negociar com a União. Entre esses imóveis, estão a Cidade Administrativa, unidades da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e terrenos do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) e do Instituto de Previdência dos Servidores (Ipsemg).

Conforme a redação do substitutivo nº 1, os imóveis pertencentes a autarquias e fundações deverão ser primeiramente transferidos ao patrimônio do Estado, para depois serem negociados com a União. 

De acordo com a regulamentação do Propag, o comunicado de intenção de transferência dos imóveis deverá ser enviado à Secretaria de Patrimônio da União (SPU) até o dia 31 de dezembro deste ano. Por sua vez, a SPU terá 60 dias para informar ao Estado se aceita ou não os bens apresentados.

Caso a União não tenha interesse em receber os imóveis, estes poderão ser leiloados pelo Estado e a arrecadação deverá ser integralmente destinada à amortização da dívida. Segundo o substitutivo nº 1, caso a licitação para venda resulte deserta, o Poder Executivo poderá conceder descontos progressivos, a partir do segundo certame, até o limite de 45% do valor do imóvel.

O preço mínimo para a venda dos imóveis será o valor de mercado, estabelecido em laudo de avaliação com prazo de validade de 12 meses, podendo ser revalidado uma única vez, por igual período.

O substitutivo nº 1 ainda autoriza o Poder Executivo a celebrar parcerias com a iniciativa privada para o desenvolvimento de empreendimentos nos imóveis listados no PL 3.733/25, na forma da legislação aplicável.

Oposição critica proposta do governo

O PL 3.733/25 recebeu críticas de parlamentares da oposição. A deputada Beatriz Cerqueira (PT) se posicionou contra a negociação do patrimônio imobiliário da Uemg, da Unimontes e do Ipsemg e disse que o projeto deveria ter sua tramitação interrompida. “Esses imóveis são necessários para a prestação de serviços públicos à população mineira”, argumentou.

O deputado Lucas Lasmar criticou a possibilidade de venda com desconto de 45% no preço dos imóveis que não forem aceitos pela União. “Isso cria um senso de urgência para empresas colocarem a faca no pescoço do governo”, alertou.

Já o deputado Doutor Jean Freire, que apresentou 150 emendas ao PL 3.733/25, disse que o projeto não conta com o apoio da população. “Vamos colocá-lo em votação no Plenário e ver o que o povo mineiro vai dizer”, afirmou.

Depois de receber o parecer da CCJ pela constitucionalidade, legalidade e juridicidade, o PL 3.733/25 segue para a Comissão de Administração Pública, para receber parecer de 1º turno. 

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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