por Hermínio Fernandes
Jogando ontem no sertão da Paraíba, no acanhado Estádio Antônio Mariz, para pouco mais de 2.000 torcedores, debaixo de muita chuva e com o campo completamente alagado, o time do Cruzeiro, considerado o Rei de Copas, foi eliminado, muito precocemente, da Copa do Brasil, já no jogo de estreia, para o humilde, porém, guerreiro Sousa, da cidade de mesmo nome.
O time, que por lá também é como DINO, devido à sua mascote ser um Dinossauro, é comandado pelo ex-treinador da Pantera, Paulo César Schardong, que fez apenas seu segundo jogo à frente do time.
Ele, que havia estreado com vitória no último domingo, mas ontem, entrou para história do clube, conseguindo a classificação à próxima fase da Copa do Brasil, ao vencer o favorito Cruzeiro por 2x0, numa das maiores zebras da competição.
Schardong parece ter aprendido com a lição após a eliminação traumática da Pantera na Copa do Brasil do ano passado, diante do Santa Cruz de Recife, quando na parte final da partida, seu time abdicou de atacar para tentar administrar o resultado, e no apagar das luzes foi castigado com o gol do adversário, frustrando a massa democratense.
Mas dizem que na vida, tudo contribui para o nosso crescimento. Sendo assim é feliz quem aprende. E nas voltas que o futebol dá, quem poderá aprender a lição dessa vez será o time do Cruzeiro, que sofre talvez o segundo maior tropeço de sua história.
A vitória no clássico contra o Galo, do contestado treinador Felipão, pode ter causado uma euforia desnecessária e certamente atrapalhou a sequência cruzeirense, pois já no clássico seguinte, contra o América, o time já mostrava muita dificuldade e seu treinador sendo infeliz na organização tática e também substituições.
Na vitória sobre o Democrata no último domingo, o time venceu mas não convenceu, portanto, a derrota de ontem, na Paraíba, num campo pesado e contra um time muito forte fisicamente, não poderia ser considerado um resultado tão improvável. Mas isso não quer dizer que o Cruzeiro seja terra arrasada.
Outros grandes passaram por situações parecidas. O Vasco mesmo conseguiu o feito duas vezes seguidas. Em 2022 saiu para o Juazeirense, da Bahia, e em 2023, voltou a ser eliminado, desta vez para o time do ABC de Natal.
Mas talvez o pior vexame cruzmaltino tenha sido em 2005, quando o time vascaíno, que tinha Romário no comando do ataque, foi eliminado no jogo de volta, em São Januário, pelo Baraúnas, do Rio Grande do Norte, sendo o primeiro gol potiguar marcado pelo atacante peso pesado Cícero Ramalho, de 40 anos de idade, e 92 quilos, que passou a ser conhecido como Cícero Romário.
Ainda teve o Galo, eliminado em 2020 para os pernambucanos do Afogados da Ingazeira, time de apenas 6 anos de existência, e que por trágica coincidência, foi fundado no dia 18 dezembro de 2013, mesmo dia em que Atlético perdeu para o Raja CasaBlanca, no Mundial de Clubes.
E quem não se lembra da eliminação do Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo para o time Alagoano do Asa de Arapiraca, em pleno Parque Antártica, em 2003. A “maldição” perseguia o técnico uma vez que ele já havia sido eliminado por outro time nordestino, em 1994, o Ceará, no mesmo acanhado estádio do Parque Antarctica, quando comandava o inesquecível time do Palmeiras da era Parmalat.