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Votação de parecer sobre PEC do Referendo é novamente adiada

Nova reunião da comissão especial criada para analisar retirada de exigência de consulta popular para privatização da Copasa foi marcada para esta quarta (7).
Os deputados da comissão especial não chegaram a um entendimento e a reunião foi encerrada sem a votação do parecer. Foto: Luiz Santana ALMG
terça-feira, 7 outubro, 2025

Os deputados da comissão especial criada para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que facilita a privatização ou federalização da Copasa, não chegaram a um entendimento e a reunião desta terça-feira (7/10/25) foi encerrada sem a votação do parecer sobre a matéria. Novo encontro foi marcado para esta quarta (8), às 13h30.

Parlamentares da oposição se utilizaram de instrumentos regimentais para obstruir a votação e, após mais de quatro horas de debate, pediram o encerramento da reunião por entenderem que foi desfeito o quórum mínimo necessário para continuidade dos trabalhos. Após ser suspensa, a reunião não foi retomada.

Na segunda (6), o relator, deputado Gustavo Valadares (PMN), distribuiu cópias do seu parecer (avulsos) para conhecimento dos colegas. Ele é favorável à proposta, mas sugere aprimoramentos, por meio do substitutivo nº 2. Os deputados da oposição apresentaram centenas de propostas de emenda.

Originalmente, a PEC revogava a necessidade de referendo popular e de quórum qualificado para aprovação de lei que autorize a desestatização ou federalização de estatais de saneamento e energia, incluindo, dessa forma, também a Cemig.

O substitutivo nº1, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), restringiu a dispensa de referendo popular em relação a empresa prestadora de serviço de saneamento básico, para fins de pagamento da dívida do Estado com a União, e manteve a exigência de quórum qualificado (voto favorável de 48 deputados).

O substitutivo nº 2 inova ao acrescentar que a federalização ou privatização possa ocorrer também para cumprimento de outras obrigações assumidas em virtude do financiamento da dívida.

Oposição destaca importância social da empresa

Contrários à PEC, os deputados Hely Tarqüínio (PV), Betão (PT), Ulysses Gomes (PT), Cristiano Silveira (PT) e Leleco Pimentel (PT) e as deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Beatriz Cerqueira (PT) apontaram, em linhas gerais, a relevância social da Copasa para a redução das desigualdades e o acesso a serviços essenciais de fornecimento de água e tratamento do esgoto.

Eles também lembraram a dependência de municípios pequenos, menos rentáveis, dos serviços da estatal, presente em 640 cidades mineiras.

Os parlamentares ainda argumentaram que a proposta pretende silenciar a população, com a retirada do referendo, um instrumento democrático, e manifestaram o temor de que a perda de controle estatal sobre a companhia resulte em aumento das tarifas e precarização dos serviços.

“O referendo é a voz direta da população sobre algo que está no seu cotidiano. A Copasa foi criada para levar água a uma tarifa justa para os quatro cantos de Minas”, observou Bella Gonçalves, membro titular do bloco oposicionista na comissão.

Propag

A proposta integra o pacote de medidas do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). Pelas regras do programa, o abatimento ainda este ano de 20% do saldo devedor garantiria a Minas Gerais melhores condições para a repactuação da dívida, com taxa de juros zero. O repasse para a União de recursos provenientes da venda da Copasa faz parte da estratégia.

Após ser analisada pela comissão especial, a PEC 24/23 vai a votação de 1º turno no Plenário da ALMG.

Com informações do site oficial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

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