Se para um adulto permanecer internado por um período não é uma tarefa fácil, imagina para uma criança! Ela, que normalmente, gosta de correr, pular, brincar, aprender, desbravar o mundo e se divertir, de repente se vê em um ambiente estressante, privada de sua rotina, seus familiares, amigos e demais redes de apoio. Além disso, encontram-se passando por procedimentos desconhecidos e temidos, muitas vezes, ligada ao soro e a outros aparelhos que monitoram os batimentos cardíacos, pressão arterial e demais sinais vitais, sendo constantemente examinada e medicada.
Pensando no acolhimento, humanização e cuidado com as crianças internadas no Hospital Municipal (HM), de Valadares, bem como de seus familiares e/ou responsáveis, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), implantou o Projeto “Brincando e Cuidando no Hospital Municipal”.
O projeto é realizado pela Psicologia e Pediatria, que começou a tomar forma e a ganhar cores, e que há pouco mais de um mês vem transformando ansiedade, angústia, medo e nervosismo em momentos de alegrias, brincadeiras e esperança.
Um sonho antigo dos profissionais da Psicologia do HM, que só foi possível após a contratação de colaboradores pela nova administração pública.
Embora o Projeto ainda esteja em sua fase inicial, uma das integrantes da equipe de Psicologia do HM, Mariana Dias, destacou a receptividade das famílias e dos pequenos e jovens ao longo das atividades desenvolvidas.
“Eles abraçaram nossa ideia de ajudá-los a se recuperarem e continuarem se desenvolvendo, por meio de jogos de estratégia ou de raciocínio; da musicalidade e da apresentação de fantoches e isso tem nos emocionado bastante e nos mostrado que estamos no caminho certo!”, afirmou ela.
Musicoterapia
Enquanto a psicóloga Fernanda Cândida dava o tom no violão, a coordenadora de Psicologia, Samara Luz, o pedagogo, Gleiberson Dias, a fisioterapeuta Ana Paula Lima, a meninada de todas as idades e as mães cantavam no pátio do HM.
Outros pacientes que não podiam deixar seus leitos - por fatores alheios a sua vontade, também foram contemplados com a visita dos mesmos. Os profissionais não hesitaram e foram levar as vozes, animação, palmas e descontração para alguns quartos do HM.
E o resultado não podia ter sido mais surpreendente! Mesmo com dificuldades respiratórias, a pequena Luana Gonçalves, de quase três anos, fez questão de participar.
“Ela estava prostradinha ouvindo as músicas pela janela, mas, quando vocês chegaram mudou tudo! Ela fez uma festa e até chorou quando pararam de tocar e cantar. Esse tipo de trabalho é muito importante e necessário”, desabafou a mãe, Jaqueline Gonçalves.
Jogos Pedagógicos
E se para a meninada menor, a musicalização foi um dos ápices, os maiorzinhos se divertiram mesmo com os jogos. Seja o jogo da memória, dominó, empilha bichos, tabuleiros, quebra-cabeças e vários outros fazem com que eles se esqueçam das dores, do ambiente hospitalar, ainda que momentaneamente.
Emerson Alves, de 10 anos, foi um dos que nem viu o tempo passar enquanto desafiava a psicóloga, Mariana, e mais um colega em uma partida de dominó. Ele só se deu conta de que era o momento de parar a brincadeira quando foi chamado pela mãe para lanchar.
“Quebrei o braço e estou aguardando uma cirurgia. Claro que não acho legal ficar internado, mas com tantas brincadeiras e atividades, fica bem mais fácil! Gostei demais e não vejo a hora de chegar amanhã para ter mais”, afirmou.
Outro que aprovou a sessão jogos e não queria parar de brincar foi Miguel Cândido Costa, de 11 anos.
“Tenho anemia falciforme e esta é a sétima vez que venho para o HM neste ano. Antes, não tinha nada para se fazer aqui; o tempo parecia nem passar, era horrível! Agora, estou achando bem legal; gostei demais desse momento de lazer”, explicou ele.
Histórias com Fantoche
Outra atividade incrível foi o momento em que o fantoche, “Caio”, contou uma rápida história para mamães e crianças hospitalizadas, em sua maioria com problemas respiratórios.
Depois de brincar e arrancar risadas dos adultos e dos pequenos, o personagem deixou uma mensagem de apoio, força e superação para as mamães, que foram às lágrimas.
“Está sendo uma experiência incrível e enriquecedora poder participar desse projeto, que reforça a abordagem humanizada e integra atividades lúdicas ao tratamento dos pacientes. E isso, por sua vez, reduz a ansiedade, fortalece a confiança, estimula a movimentação e, ainda, ajudam as crianças a se alimentarem e a dormirem melhor, a ficarem mais bem-humoradas e a aceitarem o tratamento com mais calma. E essa melhora é perceptível também na família. A mensagem que eu sempre deixo é para não perderem a fé, porque já deu tudo certo!”, declarou Dias.
As atividades acontecem diariamente, a partir das 15h, na pediatria do HM.
por Secretaria de Comunicação e Mobilização Social



Fotos: Divulgação PMGV